Procura pela carreira militar entre as mulheres em JF aumenta
Um dos motivos ? a estabilidade que a profiss?o proporciona
S?lvia Zoche
03/05/04
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Ap?s 40 anos do Golpe, um dado interessante foi apontado por algumas corpora?es militares de Juiz de Fora: o interesse das garotas pela carreira militar aumentou. O efetivo feminino, no Ex?rcito da cidade, j? soma 84 militares. S?o 15 capit?es, 57 tenentes e 12 sargentos. Na Pol?cia Militar, os dados n?o foram calculados, mas estima-se que a procura cresce cada vez mais.
A oficial de Comunica??o Social do col?gio militar de Juiz de Fora, capit?o C?lia Cristina de Almeida Gaut? (foto ao lado), acredita que a instala??o do col?gio na cidade, a partir de 1994, ajudou a despertar a vontade de ser militar. "Os alunos t?m orgulho. Os pais t?m orgulho, porque o Ex?rcito ? respeitado, oferece um bom ensino e prepara os alunos para a carreira", diz. A estabilidade na carreira ? outro ponto citado pelas alunas, quando v?o fazer a escolha.
PM em Juiz de Fora
A capit?o K?tia Moraes (foto ao lado), do 27? Batalh?o de Pol?cia Militar, faz parte
da primeira turma feminina da PM formada em Juiz de Fora, com 50 mulheres.
Em 1986 fez o curso, formou-se no ano seguinte como cabo, passou pela
patente de sargento e chegou a oficial. Para isso, foi necess?rio dedica??o
e vontade.
No in?cio da carreira, em Juiz de Fora, ela diz que a popula??o estranhava ao ver mulheres como policiais militares, principalmente os homens. "Uns n?o respeitavam. Passavam em alta velocidade com os carros. Pensavam que por sermos mulheres ?amos aliviar a situa??o. Um homem chegou a ser preso por ser inconveniente com as policiais", lembra.
Para a capit?o K?tia, a profiss?o de PM d? oportunidade igual a homens e mulheres. "Podemos alcan?ar todos os postos dentro da corpora??o", diz a capit?o. As policiais militares de Juiz de Fora comandam opera?es, supervisionam o trabalho do batalh?o (no per?odo noturno), fazem o policiamento de rua e os "destacamentos", que s?o os contatos com a comunidade.
Efetivo menor
O n?mero de vagas para o efetivo feminino diminuiu, porque as mulheres t?m
direito ? licen?a maternidade (per?odo de quatro meses). Mas, mesmo assim, a
capit?o K?tia diz que a procura das mulheres por concursos na PM tem
aumentado. "As pessoas procuram obter informa?es com a gente na rua mesmo".
A presen?a da mulher no ex?rcito foi o mais tardio entre as For?as Armadas. A Marinha foi a primeira a aceitar o efetivo feminino, em 1981. A Aeron?utica abriu vagas para as mulheres no ano seguinte. No Ex?rcito, a mulher p?de come?ar a servir somente em 1992. A primeira turma teve 49 alunas formadas pela EsAEx.
O ingresso
A maioria ingressa atrav?s de concursos. Algumas, pelo Servi?o Militar
Tempor?rio (para mulheres, turmas foram abertas em 1996). Segundo o general Alberto M?rcio Ferraz
Sant'Ana (foto ao lado), da 4? Brigada de Infantaria Motorizada,
tanto em Juiz de Fora quanto no restante do pa?s, a mulher
concorre em igualdade com os homens. T?m direito aos mesmos cargos e tamb?m
?s promo?es. O que importa ? o desempenho profissional.
A capit?o Gaut? (foto abaixo) entrou para o ex?rcito pelo QCO (Quadro Complementar de Oficiais), em 1995. Foi a quarta turma feminina. Nascida em Petr?polis (RJ), assim que formou foi enviada para Cruz Alta (RS). Depois dos quatro anos obrigat?rios de servi?o na regi?o, pediu transfer?ncia para uma cidade mais pr?xima de sua cidade natal. Est? h? quatro anos em Juiz de Fora, como oficia de comunica??o Social no col?gio militar.
Formada em Letras, sempre teve contato com a vida civil. Quando ingressou na carreira militar, ficou admirada com a disciplina, da responsabilidade e da obedi?ncia ?s ordens. "N?o que no meio civil isto n?o exista. Mas no Ex?rcito, estas quest?es s?o bem marcadas e na vida civil s?o mais misturadas", explica a capit?o Gaut?.
Como se considera bem organizada e disciplinada desde sempre, a capit?o Gaut? se adaptou bem ao regime militar. A dificuldade encontrada foi em Cruz Alta. "Por ser uma cidade de interior, ainda eram poucas as mulheres no Ex?rcito. Os homens ainda n?o tinham trabalhado com mulheres na guarni??o. O estranhamento existe quando ? novidade", diz. Em Juiz de Fora, foi mais tranq?ilo. "Os maiores contingentes femininos est?o no Hospital Militar e no Col?gio Militar, onde sirvo", conclui.
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