cinematogr?fica contempor?nea
Carlos Pernisa Junior
Luzes da Cidade
20/03/2006
A produ??o contempor?nea de cinema indica algumas novidades em termos de estilos e tamb?m de aparato de capta??o e de finaliza??o. Se at? a d?cada de 90 o que se utilizava como base era ainda a pel?cula e todo o equipamento requerido por ela, hoje isso j? n?o acontece da mesma forma. A inova??o tecnol?gica est? levando a novas maneiras de entender o cinema e de produzir filmes.
Uma produ??o pode ser feita em tecnologia digital e utilizar equipamento mais acess?vel em termos de pre?o e tamb?m com maior mobilidade do que aquela que se utilize da pel?cula como suporte. Isso, no entanto, n?o impede que sejam produzidos filmes hoje em digital e, depois, repassados para a pel?cula.
A id?ia principal ? fazer com que mais pessoas possam produzir e tamb?m colocar seus filmes dispon?veis para o p?blico. Diferentemente da pel?cula, o digital pode ser repassado para outros suportes e redes - por exemplo DVDs e Internet - sem que haja necessidade de grandes investimentos para isso. ? claro, por outro lado, que a comercializa??o deste tipo de filmes tamb?m ? feita de outra maneira.
Facilidade
A que se notar, contudo, que isso n?o significa que as obras
produzidas em digital e distribu?das, por exemplo, em DVD tenham,
necessariamente, uma qualidade inferior ?quelas que s?o produzidas em
pel?cula. Hoje, h? algumas possibilidades na p?s-produ??o que garantem um
bom produto em termos de qualidade de imagem.
Al?m disso, a produ??o digital de filmes come?a a afetar tamb?m o tipo de produ??o que se faz. Um bom exemplo ? o document?rio. At? a d?cada de 90, sem o equipamento digital, o que mais se produzia eram document?rios em curta metragem, at? pela dificuldade de produ??o. Com o equipamento digital, h? maior facilidade de trabalho com menores recursos. Isso vai refletir no n?mero de filmes produzidos em curta, m?dia e longa-metragem na atualidade. H? uma tend?ncia em se produzir mais este tipo de filme, mas n?o s? em curta-metragem. Pelo contr?rio, a maior facilidade e o baixo custo dos equipamentos fazem com que os document?rios hoje sejam feitos ou para a TV, em m?dia-metragem, algo em torno dos 45 a 60 minutos, ou para a exibi??o em salas de cinema, em longa-metragem, muitas vezes passados do digital para a pel?cula.
Os exemplos disso aparecem em v?rios n?veis, desde os festivais de cinema, com maior n?mero de document?rios inscritos, at? a pr?pria televis?o, em que o n?mero de produ?es deste tipo cresce, principalmente nos canais fechados. ? preciso ressaltar tamb?m que o interesse por quest?es mais realistas ? maior hoje. Um exemplo ? o Oscar deste ano, em que v?rios filmes concorrentes tinham preocupa??o em contar hist?rias reais ou baseadas em fatos reais (como "Munique" - foto ao lado), ao contr?rio de outros anos, quando produ?es claramente ficcionais tinham grande espa?o e apelo, como a trilogia do "Senhor dos An?is", "Homem-Aranha", entre outros. Uma aposta da fic??o este ano foi a refilmagem de "King Kong", que n?o teve a repercuss?o esperada.
Pelo contr?rio, os filmes mais festejados mesmo em Hollywood hoje est?o mais voltados para a realidade e tamb?m para quest?es contempor?neas. Isso est? presente, por outro lado, em produ?es consideradas independentes e tamb?m naquelas mais modestas, que n?o v?o estar dispon?veis para o grande p?blico, a n?o ser em suportes como o DVD. Assim, realizadores com menos recursos est?o investindo menos em grandes estruturas de distribui??o em salas de exibi??o e mais em outros tipo de mercado, como algumas vezes j? se fazia com o v?deo.
Novas formas e a internet
O resultado disso ? duplo. Tem-se hoje mais produ?es,
principalmente nesta ?rea do document?rio em m?dia e longa-metragem - casos
no Brasil de filmes como "Edif?cio Master", "?nibus 174" ou "O Prisioneiro da
Grade de Ferro" (foto) - e tamb?m novas formas de se chegar at? a estes filmes, como
a distribui??o direta em DVD, por exemplo, que barateia custos de
finaliza??o, j? que n?o se faz a transfer?ncia do material do digital para a
pel?cula. Um problema advindo da? ? a exibi??o para o p?blico em salas de
proje??o. Para isso, a constru??o de salas com equipamento para proje??o
digital est? crescendo nos grandes centros e j? h? projetos semelhantes para
cidades do interior. Possivelmente, esta transforma??o da pel?cula para o
digital pode trazer benef?cios para diversos realizadores que n?o t?m
condi?es de produzir em pel?cula ou fazer a transfer?ncia de material para
este tipo de suporte.
Como todo este processo ainda est? em andamento, uma outra vertente hoje ? a distribui??o de obras na internet. Nem sempre isso ? feito de maneira legal, mas, muitas vezes, principalmente no caso do curta-metragem, os realizadores t?m interesse em colocar os filmes ? disposi??o para que mais pessoas possam tomar contato com as obras. Sites como o "Curta o Curta" (www.curtaocurta.com.br) ou o "Porta Curtas" (www.portacurtas.com.br) trazem v?rios destes filmes gratuitos para o grande p?blico. ? mais uma oportunidade para acompanhar como as novidades influenciam toda a produ??o cinematogr?fica, seja ela a da grande ind?stria ou a dos realizadores independentes.
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!