Uso de sacolas biodegradáveis e oxibiodegradáveis é adiado em JF
Ato publicado no Diário Oficial da PJF altera o prazo, que começaria em 4 de agosto, para 31 de dezembro de 2013
Repórter
24/7/2012
Foi sancionada nesta terça-feira, 24 de julho, a prorrogação do prazo da Lei 11.816/2009. A lei, que entraria em vigor no dia 4 de agosto, proíbe a utilização de embalagens e sacolas plásticas comuns nos estabelecimentos comerciais, industriais e nos prestadores de serviço de Juiz de Fora, e permite apenas o uso de sacolas biodegradáveis e oxibiodegradáveis. Com a nova publicação, a lei entrará em vigor no dia 31 de dezembro de 2013.
O pedido de adiamento partiu do próprio autor da lei, o vereador Júlio Gasparette (PMDB). "Alguns empresários me procuraram e apresentaram seus questionamentos sobre a troca de sacolas plásticas produzidas a partir do petróleo por material biodegradável e oxibiodegradável. Entre os argumentos estão os exemplos que acompanhamos em várias cidades do país, como São Paulo e Belo Horizonte. Estamos vendo que muito ainda tem que se discutir sobre esse assunto, pois ainda não se sabe se essa troca será boa ou não para o meio ambiente."
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Entre as empresas que questionaram a troca, está a rede de supermercados Bahamas, como explica o assessor de imprensa Nelson Júnior. "O uso de sacolinhas biodegradáveis não iria trazer nenhum benefício para o meio ambiente, pois elas também poluem a natureza. Sem contar que este tipo de sacola custa R$ 0,19 a mais do que a utilizada atualmente. Para nós, a solução que iria ajudar o meio ambiente seria a proibição do uso de qualquer tipo de sacolinha. Acreditamos que a sacola retornável, aquela feita de algodão ou juta irá resolver o problema da poluição."
Para o ecologista Theodoro Guerra, a utilização de sacolas plásticas convencionais não é o principal problema da poluição ambiental. "Todas as sacolinhas plásticas são degradáveis. O que altera é o período de composição de cada uma. Sabemos que as biodegradáveis utilizam materiais que fazem com que elas se decomponham mais rápido. Mas se elas não foram descartadas de modo correto irão poluir o meio ambiente da mesma forma que as sacolas que usamos hoje." O ecologista vai mais longe, chegando mesmo a defender o uso de sacolas plásticas. "Atualmente essas sacolas são utilizadas nos lixinhos da cozinha e do banheiro de muitos lares. Ou seja, elas têm outras finalidades, além do transporte de mantimentos, objetos e roupas. Creio que deveríamos tratar do uso consciente e adequado das sacolas."
A opinião é compartilhada pelo professor de gestão ambiental Christian Ricardo Ribeiro. "Proibir o uso de sacolas plásticas não resolve nada. Várias outras coisas são embaladas em plástico, como arroz, feijão, macarrão etc. O plástico está aí e será utilizado. O que temos que resolver é o consumismo excessivo das pessoas, que, muitas vezes, compram coisas que não precisam, consumindo mais e, consequentemente, poluindo mais."
Os textos são revisados por Mariana Benicá
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