Terça-feira, 4 de maio de 2010, atualizada às 13h20

Funcionalismo público municipal para no dia 12 de maio

Aline Furtado
Repórter

Os sindicatos representativos do funcionalismo público municipal anunciaram, nesta terça-feira, 4 de maio, que a categoria vai paralisar as atividades na próxima quarta-feira, dia 12. Na data, servidores públicos, professores, médicos e engenheiros se reúnem às 10h, na Praça da Estação, em assembleia unificada.

A decisão foi tomada depois de os dirigentes dos sindicatos protocolarem um ofício exigindo a participação do prefeito Custódio Mattos (PSDB) nas negociações salariais. Ao todo, já foram realizadas três rodadas de negociação, sem qualquer tipo de avanço.

"A responsabilidade está nas mãos do prefeito. Caso o impasse continue, a possibilidade de greve não está descartada", destaca o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu), Cosme Nogueira.

A categoria reivindica 15% de reajuste salarial, percentual que engloba o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente ao ano passado e a 2010, totalizando 11%. O total é somado aos 4% referentes às perdas salariais de anos anteriores. Entretanto, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) reforça que o índice máximo a ser oferecido é de 7%.

Para Nogueira, embora a administração municipal garanta que as dívidas da PJF já foram quitadas, há dívida com o servidor público. "Temos que retomar o piso salarial e acabar com o abono. Existem servidores recebendo salário de R$ 389,36 acrescidos de abono e complementação, o que resulta em um total de R$ 510." Cosme ressalta que o arrocho salarial do funcionalismo reflete diretamente nos serviços prestados à população. "A falta de médicos, a rotatividade no setor administrativo da Prefeitura, assim como a desmotivação apresentada pelos servidores do setor operacional são alguns exemplos."

Os dirigentes destacaram que as reuniões entre a administração municipal e os sindicatos para discussão das pautas individuais não serão realizadas enquanto o índice de reajuste salarial não for definido. "Temos muito a discutir, mas o reajuste salarial é o nosso foco no momento. A Prefeitura já demonstrou, por meio de planilhas de despesas e receitas, ter economizado sobre o funcionalismo municipal no ano passado. Além disso, a Lei de Responsabilidade Fiscal não pode ser descartada quando se fala em concessão de reajuste", afirma o presidente do Sindicato dos Professores (Sinpro), Flávio Bitarello.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos, Gilson Salomão, a crise na emergência é reflexo da remuneração da categoria. "Não há oferta de profissionais devido ao achatamento salarial." Durante a paralisação do dia 12, apenas os serviços essenciais serão mantidos, como urgência e emergência, no caso dos médicos, e a coleta de lixo, no caso dos servidores públicos.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes


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