Servidores param as atividades em prol de reajuste salarialManifestação unificada votou por nova paralisação no próximo dia 20 e pela recusa da proposta de 7% da PJF. Na ocasião, indicativo de greve será votado
*Colaboração
12/5/2010
Na manhã desta quarta-feira, 12 de maio, os servidores públicos municipais paralisaram as atividades em prol do reajuste salarial. Eles se reuniram na Praça da Estação, onde decidiram recusar a proposta da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) de 7% de reajuste salarial e votaram por cruzar os braços novamente no próximo dia 20. Na data, também será votado o indicativo de greve geral, já que os servidores públicos, médicos, engenheiros e professores estão unificados.
O número de servidores presentes à manifestação, segundo informação das diretorias dos sindicatos, chegou a cinco mil pessoas, o que representou a maior manifestação por reajuste salarial já realizada na cidade. O movimento conquistou, segundo os sindicatos, a adesão de 98% dos servidores públicos, de 95% das escolas municipais, de 60% das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município e de 80% no Instituto da Criança e Adolescente. Conforme a PJF, 90% dos trabalhadores da Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanização (Empav) e 75% da Secretaria Municipal de Obras (SMO) pararam. Apenas quatro caminhões do Demlurb saíram às ruas.
"Queremos nossos 15%", bradou o presidente do Sindicato dos Professores (Sinpro), Flávio Bitarello, em seu discurso. Segundo ele, a proposta da PJF é muito abaixo do esperado e de forma alguma os trabalhadores irão aceitar. "O mínimo é 11%. Essa unificação foi uma conquista. Nunca foi feita uma assembleia desse tamanho. A Prefeitura precisa se sensibilizar com a força do trabalhador", ressalta. O coordenador do Sinpro e vereador, Roberto Cupolillo (Betão - PT), acrescenta que essa foi a forma encontrada para fazer pressão naquilo que é de direito do trabalhador: seu salário.
"Com esse reajuste de 7% e o crescimento natural da folha de pagamento, a PJF vai gastar igual ou menos do que no ano passado. Isso representa 47% do orçamento e a Prefeitura alega que não aumenta esse índice, que poderia chegar a 51,7%, pois a verba tem que ser aplicada em obras para ter a contrapartida dos governos federal e estadual", explica Betão.
Para o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu), Cosme Nogueira (foto à esquerda), a manifestação foi vitoriosa e representa a união da classe em busca de um ideal compartilhado por todos. "Não se pode pensar em uma nova Juiz de Fora se o trabalhador não tem comida em casa, sofre pressão e os professores estão sendo agredidos. A nova Juiz de Fora é só para empresas privadas."
O diretor administrativo da Regional Zona da Mata do Sindicato dos Engenheiros (Senge), João Queiroz, afirma que os 11% seriam referentes à reposição das perdas inflacionárias dos dois primeiros anos do governo Custódio. "É um desrespeito com os servidores. Não estamos vendo nenhuma grandeza nas obras", complementa, citando a justificativa do governo de que o dinheiro está sendo investido em obras.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Gilson Salomão, aponta o quadro precário da urgência e emergência na cidade e a indefinição dos contratos dos médicos do Programa Saúde da Família (PSF) como pontos de prejuízo para os trabalhadores. "Não é reconhecida a rescisão dos contratos e a emergência está abandonada. A equipe está incompleta e os médicos estão com medo de perderem seus direitos quando a AMAC for julgada."
Trânsito parado
Com o final do protesto na Praça da Estação, os servidores rumaram para as escadarias da Câmara a fim de chamarem a atenção de mais pessoas e dos vereadores da casa. O caminho inicial seria pela Marechal até o Parque Halfeld, no entanto, a Polícia Militar (PM) não permitiu a passagem dos carros de som pelo Calçadão e a marcha seguiu através da avenida Getúlio Vargas, pela rua Santa Rita e pela avenida Rio Branco. O resultado foi 35 minutos de trânsito interrompido, das 11h10 às 11h45, horário em que o cortejo se dirigiu, com bandeiras e faixas, ao destino almejado.
Galeria de fotos da passeata
*Pablo Cordeiro é estudante do 10º período de Comunicação Social da UFJF
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
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