Estudantes impedem reunião sobre tarifa de ônibus Marcada para esta quarta-feira, a votação do novo valor da passagem não aconteceu. Ministério Público sugere tarifa de R$ 1,75
Repórter
23/6/2010
Marcada para esta quarta-feira, 23 de junho, a reunião na qual seria realizada a votação pelo Conselho Municipal de Transporte do novo valor da tarifa de ônibus de Juiz de Fora foi suspensa devido a um protesto de estudantes secundaristas e universitários.
O encontro teve início, mas foi interrompido após a sugestão do diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e coordenador geral do Comitê contra o aumento da passagem, Oleg Abramov, a respeito do congelamento do valor atual da tarifa. "Isto é inviável. Até mesmo o Ministério Público (MP) aponta para que haja reajuste", defendeu o secretário de Transportes e Trânsito (Settra), Márcio Gomes Bastos.
A partir da afirmação do titular da pasta, os estudantes se manifestaram de forma contrária, o que provocou a suspensão da reunião, ainda sem data prevista para acontecer. O encontro, que seria realizado a portas fechadas, foi aberto aos estudantes após negociação entre representantes do Conselho, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e da CUT. "Sabemos que este é um assunto delicado e de interesse de toda a cidade. Abrimos para a participação dos estudantes, mas esperamos que a reunião seja conduzida da forma mais cidadã possível", destacou Bastos no início do encontro.
Os manifestantes invadiram o prédio da Escola de Governo, onde seria realizada a reunião, pela garagem do edifício. Durante a manifestação, a Polícia Militar e a Guarda Municipal foram acionadas, a fim de conter os estudantes.
MP propõe R$ 1,75
Durante a reunião, o MP apresentoou o parecer técnico a respeito da planilha de custos da passagem. De acordo com o promotor Plínio Lacerda, com base nos estudos realizados pelo órgão e por professores da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) a respeito dos itens encaminhados pela Settra, o valor da tarifa de ônibus na cidade deve ser equivalente a R$ 1,7459.
Entre os itens que foram considerados divergentes dos dados apresentados pela Settra estão peças e acessórios; frota, que inclui preços de veículos padrão sem e com rodagem; bilhetagem eletrônica; Custo de Gerenciamento Operacional (CGO); entre outros. Já o combustível, óleos e lubrificantes, rodagem, pró-labore, impostos, entre outros, estão entre os itens que apresentaram valores considerados legítimos pelo MP.
Liminar contra o reajuste
Momento antes do encontro, o Comitê contra o aumento da passagem protocolou, junto ao MP, documento contendo liminar contra o reajuste da tarifa. Além disso, o comitê solicitou a criação de uma frente de investigação da Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp).
"O prefeito Custódio Mattos havia se comprometido a não reajustar a tarifa, já que foram verificadas irregularidades com relação à administração anterior, até que a licitação do transporte público ocorresse. Ainda assim, o aumento está sendo debatido, e, o pior, de forma técnica", critica Abramov.
Para ele, é preciso considerar a situação financeira dos trabalhadores e dos estudantes. "O reajuste da passagem no ano passado somado com o que está sendo proposto este ano é três vezes maior que o reajuste concedido aos servidores municipais. A situação do trabalhador não cabe na planilha da Prefeitura."
Fazem parte do Comitê contra o aumento da passagem representantes de várias entidades, como Sindicato dos Professores (Sinpro), Sindicato dos Bancários, Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute), CUT, Diretório Central dos Estudantes (DCE), entre outros.
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