Obras de intervenção na linha férrea têm orçamento de R$ 94 milhões
Repórter
A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) pretende gastar pelo menos R$ 94 milhões com obras viárias de intervenção na linha férrea que corta a cidade. Oito empreendimentos, que têm como objetivo diminuir os entraves causados pela malha ferroviária, estão previstos.
O primeiro deles, em fase de licitação, é o mergulhão (ou trincheira) na rua Benjamin Constant, orçado em R$ 16 milhões. De acordo com o secretário de Obras (SO), Jefferson Rodrigues Júnior, os recursos são do Governo do Estado, conforme convênio assinado no final de março.
"O apoio do Estado seria utilizado para realizar todas as obras, mas como surgiu a possibilidade de inseri-las no PAC II [segunda etapa do Plano de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal], escolhemos aplicar os recursos em melhorias no Centro. A cidade não foi contemplada, mas logo conseguimos incluir as intervenções no orçamento do DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] para 2011."
As obras restantes são o mergulhão e a ponte da Praça dos Poderes, o viaduto e a ponte próximos ao clube Tupinambás, o viaduto do bairro Mariano Procópio e uma ligação direta entre a avenida dos Andradas e a rua Bernardo Mascarenhas, cortando a passagem de nível. Os empreendimentos têm orçamento de R$ 69 milhões. "Além disso, há um plano de obras, assinado pela MRS Logística, para a criação de um viaduto no bairro Barbosa Lage. A estimativa é de que os gastos cheguem a R$ 9 milhões."
As intervenções foram tema de audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira, 8 de julho. A mudança de rumo dos recursos conseguidos via governo estadual foram criticados pelo vereador proponente, Wanderson Castelar (PT). "Anteriormente os recursos eram certos e agora a cidade permanece sem solução para as obras. A administração municipal precisa criar o costume de discutir os assuntos referentes à cidade com todos os envolvidos antes de tomar suas decisões."
Transposição da linha férrea
Outro assunto abordado foi a possibilidade de transposição da linha férrea, para que a cidade não fosse cortada pela malha. Cidadãos da plateia, vereadores e representantes da PJF e da MRS concordaram que a mudança de rota para trens de carga seria positiva. Mas, o secretário de Transporte e Trânsito (Settra), Márcio Gomes Bastos, chamou a atenção para o posterior uso do espaço ocupado atualmente pela rede.
"O tema já foi discutido outras vezes e realmente a linha férrea traz barreiras em travessias na cidade. Ao longo dos anos, as várias tentativas para resolver o problema não surtiram o efeito desejado. Mas o que se deve ter em mente é que um dia essa via poderá vir a ser um corredor de transporte de massa. Esta é a vocação, já que a cidade se expandiu em torno da malha." No entanto, ainda não há estudo sobre o tipo de tecnologia que poderia ser aplicada neste transporte coletivo.
De qualquer forma, ele acredita que mesmo com nova utilidade, a linha continuará sendo barreira de transposição. "Por isso precisamos identificar os principais pontos de gargalo e travessias, elaborando propostas nesse sentido."
De acordo com o vereador Júlio Gasparette (PMDB), um projeto de captação de recursos para o contorno ferroviário para Juiz de Fora tramita no alto escalão da Presidência da República. O documento foi adaptado a partir de plano executado pela PJF, que estimava gasto no valor de R$ 1 bilhão. "Com a ajuda de uma consultoria de Belo Horizonte, conseguimos que os custos caíssem para R$ 400 milhões."
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