IBGE divulga dados prévios sobre Censo e estima que a população da cidade deve chegar a cerca de 526 mil habitantes
Colaboração*
Nesta sexta-feira, 24, foi realizada a 4ª Reunião da Comissão Municipal de Geografia e Estatística (CMGE) de Juiz de Fora. O objetivo foi divulgar dados oficiais sobre o andamento da coleta de dados do Censo 2010. De acordo com a estimativa do IBGE, a população da cidade deve girar em torno de 526.706 mil habitantes, cerca de 15% a mais que o número registrado no Censo de 2000.
Além disso, o número de habitantes por domicílio tem diminuído. Em 2000, a quantidade chegava a 3,39 habitantes por domicílio. O número de 2010, conforme o resultado das residências que já foram recenseadas, está próximo de 3,06. Segundo o coordenador de população do IBGE Nacional, Luiz Antônio de Oliveira, a diminuição faz parte de uma tendência internacional e se explica, entre outros fatores, devido às mudanças na estrutura familiar, à baixa taxa de fecundidade e ao aumento da expectativa de vida.
Em Juiz de Fora, 173 mil domicílios já foram recenseados e 418 mil pessoas cadastradas. No Brasil, 150 milhões de pessoas foram recenseadas. A previsão é de que o trabalho, que teve início no dia 2 de agosto, seja concluído no dia 28 de outubro. Na cidade, cerca de 200 recenseadores trabalham nos 719 setores do município.
Entrevistado e recenseado
Durante a coleta de dados, a população deve ficar atenta às visitas dos recenseadores. Isso, porque muitas pessoas não sabem que foram recenseadas, já que há diferença entre quem fornece as informações e quem está contido no Censo. Quem responde aos questionários é chamado de entrevistado, aquele que fornece as informações de todos da família em caso de ausência de algum membro. O recenseado é aquele que foi cadastrado no Censo. Devido à dificuldade de encontrar todos os habitantes do domicílio durante as visitas, qualquer membro da família pode responder aos questionários. Portanto, é preciso atenção. Não responder ao questionário não significa não estar cadastrado no Censo.
Classificação de domicílios
O IBGE possui quatro classificações diferentes quanto ao tipo de domicílio. O domicílio vago, aquele que não possui morador; o domicílio fechado, onde o recenseador não encontra o morador; o domicílio ocupado, onde há morador, e o domicílio de uso ocasional, aquele que não é a residência fixa do entrevistado.
No caso dos domicílios de uso ocasional, os moradores não são registrados como habitantes da cidade, sendo classificados como habitantes da cidade onde possuem residência fixa. Os estudantes que saem de suas cidades para estudar e que não possuem renda fixa têm suas residências classificadas como de uso ocasional.
Quando o morador não está na residência, os agentes deixam recados com nome e número de telefone para que seja marcada uma nova visita. De acordo com a chefe da agência do IBGE de Juiz de Fora, Fernanda Gomes, é importante que a população entre em contato com os recenseadores para responder ao questionário. O horário de trabalho dos agentes é flexível, com visitas depois das 18h e aos finais de semana, tudo para poder atender às necessidades dos moradores.
Identificação
Muitos moradores ainda resistem em receber em suas casas os recenseadores, principalmente em prédios e condomínios fechados. Porém, há maneiras de identificar o agente e evitar dúvidas. Além do uso do crachá e do colete, o síndico pode requerer um cartaz com o nome e a foto do recenseador.
Fernanda afirma que a população deve ter consciência da importância do Censo. "As pessoas não devem ter medo de fornecer informações porque os dados são sigilosos. É o Censo que vai mostrar como está o município, não serve só para contar os habitantes." Para Oliveira, o Censo é mais que uma fotografia do país, é um instrumento da sociedade. "Dele sai informações sobre cultura, preferência religiosa, etnia, migração. É através do Censo que conhecemos a nação".
Tipos de questionários
O tempo de duração dos questionários ainda gera dúvidas, já que existem dois tipos diferentes: o básico e o para amostragem. No primeiro, que dura cerca de cinco minutos, são fornecidas informações básicas, como sexo e idade, por exemplo. Já no segundo, são requeridas informações mais detalhadas, como renda e posses. Porém, apenas 5% da população da cidade responderão o questionário para amostragem. A escolha é feita no sistema e nem mesmo o recenseador sabe qual será o tipo de questionário aplicado.
*Isabela Lobo é estudante do 8º período de Comunicação Social da UFJF.
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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