Transposição da linha férrea em JF demanda viabilidades técnica e financeira
A transposição da linha férrea em Juiz de Fora foi tema de discussão em audiência pública na Câmara de Juiz de Fora, onde foi destacada a necessidade de viabilidades técnica e financeira para a execução da obra. Representantes do Legislativo, do Executivo, da agência reguladora da ferrovia no Brasil e da MRS Logística, concessionária que atua na cidade, opinaram sobre a intervenção.
O gerente geral de concessão e de arrendamento da MRS, Sérgio Henrique Carrato, afirma que a concessionária é favorável à transposição da linha férrea, mas aponta dificuldades. "Temos que ser realistas quanto à obra, pelo valor e pelos impactos que pode causar. Além disso, é preciso união das lideranças políticas para convencer o Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, a quem caberia a obra] de que a obra é necessária em Juiz de Fora."
O coordenador do Centro Industrial de Juiz de Fora, Antônio Flávio Luca do Nascimento, também questiona a viabilidade da transposição. "Existe viabilidade técnica para a retirada? Há consenso sobre a sustentabilidade da obra?" O secretário de Transporte e Trânsito da Prefeitura de Juiz de Fora, Márcio Gomes Bastos, enxerga dificuldade em se chegar a um projeto definitivo sobre o assunto. "O contorno é um problema estrutural e demanda viabilidade técnica e financeira. A solução tem que ser obtida em conjunto. O ideal é que haja uma proposta de procedimento para a execução de um projeto."
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O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, André Zucchi, alerta que a intervenção proposta na linha férrea demanda transposição do leito, transposição da ferrovia em si, execução do anel ferroviário e a ocupação do leito a ser abandonado. "Para ocupar a linha férrea que deixará de funcionar, seria preciso mais ou menos o mesmo valor para fazer a transposição. O que Juiz de Fora tenta é corrigir um erro estratégico, cometido há cerca de 60 anos", afirma, lembrando o alto investimento feito nas rodovias em detrimento das ferrovias em todo o país.
Segundo o vereador que propôs a audiência, Júlio Gasparette (PMDB), o contorno ferroviário de Juiz de Fora e a transposição da estrada de ferro tem orçamento inicial de R$ 400 milhões. Ele também acredita na necessidade de empenho político para a captação de recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e para a execução das obras. O valor estaria previsto no Plano Plurianual do governo federal.
Os textos são revisados por Mariana Benicá
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