Possível sítio paleontológico inexplorado é encontrado na região das Vertentes
*Colaboração
Pesquisadores da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) podem ter descoberto um novo sítio paleontológico inexplorado, na zona rural de Dores de Campos. Isso porque os integrantes do Grupo de Estudos da Pré História (Gephis), Moisés Romanazzi Tôrres, Adriana Pereira, Hebert Custódio e Rivelino Miranda, encontraram uma pegada fossilizada de padrão Theropoda, característica de dinossauros carnívoros, inédita na região.
Moisés Romanazzi Tôrres, coordenador do Gephis e responsável pela identificação e caracterização da pegada, afirma que, a partir dessa descoberta, é possível deduzir que um dinossauro de grande porte viveu na região. "Provavelmente um animal carnívoro. É possível perceber isso, porque a pegada mostra que o animal pisou inclinado para esquerda, afundou completamente o pé e até mesmo a parte inferior da perna", comenta.
O pesquisador explica que o grupo foi informado pelo proprietário rural Josino Élcio e visitou o local, para coletar as características da pegada. Segundo ele, na parte esquerda e no meio é possível notar nitidamente as garras, enquanto que o lado direito não está tão bem preservado. "É uma pegada tridáctila e isolada de aproximadamente 1,52 m de comprimento por 1,23 m de largura, em formato de dígitos espalmados, preservada em uma profundidade de 46 cm."
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O pesquisador explica a importância da descoberta na região. "É algo inédito e é preciso destacar que a pegada pode nos representar avanços para os estudos." Segundo Tôrres, a partir de agora, será possível cruzar aspectos do local com outras regiões próximas, o que possibilitará informações secundárias. "Esse cruzamento pode nos ajudar bastante a fazer novas descobertas e novos estudos, descobrindo características relevantes."
Próximos passos
Depois da coleta dos fragmentos do sedimento, os pesquisadores vão fazer uma análise química para uma reconstrução paleoambiental. Além disso, eles preparam um artigo, para informar a comunidade científica e enviar aos órgãos que poderão financiar outras etapas da pesquisa, como moldagem da pegada e construção de um cercado para proteger a descoberta. "Temos a intenção de fazer um molde. Mas o próximo passo é a proteção, que é essencial. A pegada está enchendo de água, o que pode danificá-la", afirma.
*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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