ONG juiz-forana tem documentos apreendidos durante investigação da PF
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A Organização Não Governamental (ONG) juiz-forana Instituto Cidade foi alvo de um mandado de busca e apreensão, ocorrido nesta quinta-feira, 10 de novembro, com o objetivo de identificar indícios de envolvimento da instituição com uma possível fraude: desvio de recursos públicos federais provenientes do Ministério dos Esportes.
Segundo o delegado-chefe da Polícia Federal (PF) em Juiz de Fora, Cláudio Dornelas, o mandado foi expedido pela 2ª Vara da Subseção local da Justiça Federal, após solicitação de inquérito instaurado na cidade. A busca resultou na apreensão de documentos na sede da ONG, na residência do diretor da instituição e em uma fábrica de materiais esportivos, uma espécie de cooperativa mantida pela organização.
Os documentos encheram 17 malotes que estão lacrados e só serão abertos para o início das análises. Foram apreendidos contratos, termos de convênios, registros gerais, discos rígidos de comutadores e mídias eletrônicas em geral. De acordo com Dornelas, a suspeita é de que haja recibos fraudulentos, notas fiscais forjadas e super faturamento de bens adquiridos e serviços contratados. "Ainda não há certeza de nada, mas há indícios de que possa haver irregularidades. Os trabalhos agora serão de analisar toda essa documentação, que é farta." Para dar conta da análise, a PF irá montar uma força-tarefa formada por peritos contábeis e agentes federais analistas. O diretor do Instituto Cidade foi intimado a prestar depoimento sobre o assunto nesta sexta-feira, 11.
O Instituto Cidade é a ONG contratada em Juiz de Fora para gerir o programa Segundo Tempo, do Governo Federal, que oferece atividades esportivas a crianças e a adolescentes de todo o Brasil. Ao longo de quatro anos de contrato, aproximadamente R$ 9,5 milhões teriam sido repassados à instituição. Denúncias de irregularidades no Ministério dos Esportes, envolvendo o superfaturamento e baixa contrapartida, levaram à investigação local.
Fábrica de material esportivo não seria formal
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Ronaldo Guilherme Campos, a fábrica de materiais esportivos, financiada pela ONG, seria uma cooperativa não constituída legalmente, que terceirizava seus serviços. "É uma fábrica que faz camisas, bonés e bolas de futebol, distribuídas em todo o Brasil. Tais bolas elas feitas na fábrica, mas eram costuradas em presídios em Juiz de Fora e na cidade de Avaré, interior de São Paulo. Vamos investigar se a atividade era legal." Uma equipe de auditores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) participou da busca na cooperativa.
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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