Pelo menos 3.300 pessoas estão desalojadas após enchentes na Zona da MataGovernador e vice visitam municípios. O Estado vai avaliar a situação de cada cidade para saber quanto será gasto na reconstrução
Repórter
4/1/2012
Após as chuvas dos últimos dias, as cidades atingidas na Zona da Mata começaram, nesta quarta-feira, 4 de janeiro, a contabilizar os prejuízos e a efetuar a limpeza das ruas e casas por onde as águas e a lama passaram.
O número de cidades que decretaram situação de emergência subiu de 14 para 17, com Cipotânea, Guidoval e Ubá entrando para a lista. Além de Cataguases, que, na última terça-feira, 3, havia decretado estado de calamidade pública. Na Zona da Mata, pelo menos 3.300 pessoas estão desalojadas.
Em Cipotânea, o nível dos rios Espera, Brejauba e Xopotó, que cortam a cidade, baixou. Os moradores que tiveram que sair de casa, devido ao risco de desabamentos e deslizamentos, foram levados para residências de parentes e amigos. O acesso ao município ainda está dificultado. Em Guidoval, cerca de 1.800 pessoas ficaram desalojadas e outras 96 desabrigadas. Na cidade, pontes foram destruídas e vários imóveis residenciais e comerciais ficaram submersos, com desabamento de alguns deles.
Segundo informações da Polícia Militar, o corpo de um homem de 82 anos, morto por afogamento, foi resgatado em Vargem Grande, zona rural de Guidoval. Outro homem, de 52 anos, está desaparecido. A vítima foi vista sobre uma árvore com sua família, tentando fugir da correnteza. Entretanto, o homem teria sido levado ao amarrar um cavalo. No município, 3.761 pontos tiveram a energia cortada. Nesta manhã, cerca de 90% dos imóveis tiveram a energia restabelecida.
Em Ubá, foram contabilizados 150 desalojados, vinte desabrigados, além de mais de 30 mil pessoas afetadas pelos escorregamentos e deslizamentos, segundo dados da assessoria de comunicação da Prefeitura. Cinquenta residências foram atingidas, além de cinco imóveis públicos.
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Lama e entulho em Cataguases
Pontes interditadas em Muriaé
Em Muriaé, cidade que contabiliza 300 desabrigados e 153 desalojados, duas pontes foram interditadas. Uma delas é a ponte da Casa de Saúde, região onde caiu o muro de um condomínio, comprometendo o tráfego. Outra ponte interditada é a da rodoviária, que apresenta valas em suas cabeceiras. Segundo informações da assessoria da Prefeitura de Muriaé, muitas pessoas mobilizaram-se nesta quarta-feira, 4, para limpar a sujeira causada pelas águas. Empresários contabilizam prejuízos devido à perda de estoques e maquinários.
Ponte Nova sem água e sem transporte público
Devido às chuvas, o município de Ponte Nova está sem transporte público, além de o abastecimento de água ter sido interrompido. Segundo informações da Prefeitura, cerca de 800 estabelecimentos comerciais, de serviços e moradias foram diretamente atingidos. Todas as vias públicas situadas ao longo das margens do rio Piranga foram inundadas.
Cerca de 300 deslizamentos em Visconde do Rio Branco
Em Visconde do Rio Branco, foram registrados, nos últimos dias, cerca de 300 deslizamentos de terra. Ao todo, são 41 desabrigados e 500 desalojados. Três casas caíram e partes de pontes desabaram.
Estrutura da ponte de Dona Euzébia atingida
A grade de proteção da ponte localizada na área central da cidade de Dona Euzébia foi atingida. Foram detectadas rachaduras na estrutura. Cerca de 200 famílias estão desalojadas ou desabrigadas. Muitas foram para casas de parentes, amigos e outras estão em escolas, igrejas e na Sociedade São Vicente de Paulo. O Centro Cultural de Dona Euzébia foi atingido. Livros e computadores da prefeitura foram danificados.
Queda de cinco pontes em Senador Firmino
Em Senador Firmino, cinco pontes caíram. No município, a rua Francisco de Moura encontra-se interditada. Sessenta pessoas estão desabrigadas e 700 desalojadas.
Governador e vice visitam a região
O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e o vice-governador, Alberto Pinto Coelho, visitaram nesta quarta-feira, 4, seis cidades castigadas pelas chuvas. O Estado vai avaliar a situação de cada município para saber quanto será gasto na reconstrução das cidades. Anastasia seguiu de Ubá para Guidoval, onde participou de uma breve reunião com as autoridades locais. A comitiva percorreu as ruas da cidade.
Após a visita, o governador seguiu, de helicóptero, sobrevoando Dona Euzébia, cidade que teve 70% do centro atingido, além de Muriaé. O vice-governador sobrevoou as cidades de Cataguases e Visconde do Rio Branco. Em Cataguases, Coelho reuniu-se com o prefeito, quando entregou um documento antecipando algumas necessidades urgentes do município, como a instalação de um sistema de monitoramento e alarme de enchentes, a reconstrução de pontes, estradas e ruas, a contenção de encostas, mais viaturas e barcos para a Defesa Civil Municipal, construção de novas vias de acesso ao município e a instalação de uma unidade do Corpo de Bombeiros na cidade.
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