Vereador Isauro Calais desiste da candidatura para prefeito
Legislador disse que o partido não dispõe das armas necessárias para a disputa, referindo-se ao tempo de TV e a recursos financeiros
Repórter
17/4/2012
O PMN não terá candidato próprio à Prefeitura na eleição deste ano. Em outubro do ano passado, a dirigente nacional do partido, Telma Ribeiro, havia escolhido o nome do vereador e presidente da sigla Isauro Calais como pré-candidato. Inicialmente, Calais aceitou participar da disputa majoritária no município, mas, após reunião na noite desta segunda-feira, 16 de abril, voltou atrás, amparado pelo posicionamento da maioria de seus companheiros de partido. Em sua visão, não se faz política apenas com romantismo. Segundo ele, são necessárias armas para entrar em uma disputa como a que se desenha para a Prefeitura, as quais o PMN, atualmente, não dispõe.
A decisão contraria o estatuto do partido, que prevê, em seu artigo 100, que cidades com mais de 200 mil habitantes tenham candidatos próprios à Prefeitura. "Ontem [segunda-feira], colocamos as dificuldades encontradas para os candidatos e pré-candidatos. Chegamos à conclusão que, com um minuto de tempo de TV e sem dinheiro, a candidatura seria prejudicial ao PMN e não ajudaria em nada a chapa de vereadores. Perderíamos os meus votos para eleger outros nomes", expõe, acrescentando que um partido que tem cerca de três minutos e 30 segundos de tempo de TV havia cogitado a possibilidade de uma coligação com o PMN, mas, decidiu integrar a base do governo municipal.
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Entretanto, apesar de não ter seu nome concorrendo ao cargo de prefeito, o vereador, que está terminando o seu quarto mandato, afirma que o partido terá atuação de destaque. "O PMN não tem candidato próprio, mas vai participar de forma decisiva nas eleições. Sou candidato a vereador e não vou ser vice de ninguém."
Apoio ainda não está definido
Calais revela que ainda não foi decidido qual candidatura o PMN vai apoiar. Entretanto, parece que a pré-candidata Margarida Salomão (PT) saiu na frente na corrida por ter a sigla como aliada. "Vamos conversar com todos os partidos. Já conversamos com a Margarida. Foram três reuniões com ela e outra com o Rogério de Freitas [presidente do PT em Juiz de Fora]. Conversamos também com o Bruno Siqueira e vamos falar com o Júlio Delgado." Calais destaca ainda que o relacionamento com o candidato do PMDB sempre foi muito bom, deixando no ar que seria ele o principal adversário da chapa petista pelo apoio do PMN. Diz também que, independente de qual candidato o partido apoiar, haverá luta para inserir as propostas do PMN no plano de governo.
Em relação ao PSDB, ele garante que não recusará a conversar, mesmo tendo feito parte da oposição durante os últimos três anos. Entretanto, disse que o partido manifesta resistência ao apoio aos tucanos. "Na reunião, houve certa resistência por parte dos filiados e dos pré-candidatos. Ouvi alguns filiados, dizendo que deveríamos conversar. Não sou radical. Tenho posições que defendo. Vou conversar com o Rodrigo [Mattos]. Mas, temos resistência de candidatos que participaram de eleições passadas e que estão com o pé atrás em apoiar o atual prefeito."
Por fim, o presidente da sigla diz estar triste por não disputar a eleição para prefeito, mas expõe que a estratégia é necessária. "Estamos apenas recolhendo as nossas armas para, daqui a quatro anos, estarmos disputando de forma efetiva a Prefeitura de Juiz de Fora. Hoje, me sinto preparado para enfrentar as demais candidaturas. Mas não temos as mesmas armas. Infelizmente, romantismo é coisa do passado. Precisamos viver da realidade."
Os textos são revisados por Mariana Benicá
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