Nove mil policiais federais confirmam greve. Em JF, movimento conta com cerca de cem policiais
*Colaboração
Mais de 70% dos policiais federais iniciaram uma greve na manhã desta terça-feira, 7 de agosto. Os profissionais ocupam cargos de agentes, escrivães e papiloscopistas, o que representa 9 mil do efetivo total, que é de 12 mil policiais, no país. A decisão havia sido tomada em assembleia realizada na última sexta-feira, 3, e deliberada hoje durante manifestação. A greve está sendo organizada pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) em todo o Brasil.
Em Juiz de Fora, o ato aconteceu dentro da sede da Delegacia de Polícia Federal (PF) da cidade, no bairro Manoel Honório, onde os profissionais reuniram-se com faixas e cartazes de reivindicações. De acordo com o representante do Sindicato dos Policiais Federais em Minas Gerais, Robson Carneiro da Silva, houve manifestação em Belo Horizonte, também nesta terça, e haverá uma passeata em Brasília na quarta, 8. "Ficaremos paralisados até sexta-feira [10], aguardando uma proposta do Governo. Faremos uma avaliação e, caso não haja nenhum tipo de acordo, a greve será mantida."
Segundo o sindicalista, a cidade possui cerca de cem policiais federais e determinados serviços serão afetados pela greve. A emissão e a entrega de passaportes serão feitas somente em caso de urgência e emergência, assim como as emissões de certidões. Os registros de flagrantes e as escoltas de presos e qualquer outra atividade urgente não serão prejudicados. As demais atividades serão desempenhadas por 30% do efetivo e serão submetidas à aprovação do comando de greve.
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Exigências
O salário inicial de um policial federal gira em torno de R$ 7.300, contudo, Silva explica que o recrutamento na Polícia Federal passou a exigir a formação superior e, em contrapartida, seu modelo de gestão continuou o mesmo. "Pedimos a valorização das categorias que estão em greve, com revisão salarial do nível superior. Temos salários iniciais menores que outras categorias e queremos a equiparação com profissionais que exercem funções semelhantes, como os da Receita Federal", expõe. Os policiais federais que não aderiram à greve foram os delegados e peritos criminais, o que representa cerca de 3 mil profissionais.
Segundo informações da PF, a adesão pelo movimento foi considerada a última alternativa ao longo de três anos de negociação com o governo. Em nota, a categoria afirmou que "sempre conduzimos os interesses da categoria, sem desconsiderar os compromissos com o país." Além da reposição salarial, os policiais reivindicam o reconhecimento legal das atribuições dos cargos que estão em greve, com a reestruturação da carreira; condições adequadas de trabalho para poder exercer as funções e um diretor geral, que atue como o representante de toda a PF.
*Nathália Carvalho é estudante do 8º período de Comunicação Social da UFJF
Os textos são revisados por Mariana Benicá
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