Financeiras continuam induzindo a contratação de empréstimos em Juiz de Fora

Mesmo com a lei, o Portal ACESSA.com flagrou, durante duas semanas, funcionários de instituições abordando as pessoas nas ruas do Centro

Andréa Moreira
Repórter
8/8/2012
Pessoas abordadaas na rua por funiconários de financeiras

Desde o ano de 2008, existe, em Juiz de Fora, uma lei que proíbe a prática de assédio pessoal a transeuntes em logradouro público, induzindo as pessoas a contratarem empréstimos financeiros ou adquirirem cartão de crédito. A Lei 11.662, de 18 de setembro, sofreu uma alteração no dia 24 de abril deste ano, aumentando a multa de R$ 500 para R$ 2 mil.

Mesmo com a determinação, o Portal ACESSA.com flagrou, durante duas semanas consecutivas, algumas financeiras nas ruas Halfeld, São João e na galeria Doutor João Beraldo, todas localizadas no Centro, fazendo ofertas de empréstimos. Uma dessas instituições, em ação promocional, chegava a oferecer pipoca às pessoas que passavam pela galeria.

No entanto, de acordo com a secretária de Atividades Urbanas (SAU), Graciela Vergara Marques, este ano ainda não foi aplicada nenhuma multa. "Durante nossas fiscalizações de rotina, não observamos mais essa prática e também não recebemos nenhuma denúncia referente a este assunto", afirma. Informada pela reportagem sobre os flagrantes observados no Centro, a secretária garantiu que irá encaminhar uma equipe para reforçar a fiscalização nos locais citados. "Caso alguma pessoa também queira fazer uma denúncia, é só ligar para o telefone [32] 3690-7507", orienta.

Ainda de acordo com Graciela, houve uma redução expressiva deste tipo de prática em Juiz de Fora. "Em 2011, a SAU realizou um trabalho muito grande para coibir esses assédios. E o que observamos foi uma redução drástica desta prática. Isso é muito perceptível."

Procon 

fiscalizaçãoDe acordo com a supervisora de atendimento da Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Juiz de Fora, Roberta Lade, as reclamações sobre assuntos financeiros são as campeãs na agência.

Só no ano passado foram registradas 2.011 reclamações contra este tipo de serviço. Apesar do alto índice, Roberta destaca que os números de reclamações estão caindo. "Do dia 1º de janeiro até 7 de agosto deste ano, registramos 628 reclamações. No mesmo período do ano passado, foram 1.441. Essa redução aconteceu devido à batalha do Procon, em orientar as pessoas sobre esses empréstimos. Também podemos observar que antes havia mais pastinhas (pessoas que oferecem empréstimos) nas ruas."

A supervisora de atendimento do Procon ressalta, ainda, que existem armadilhas por trás dos empréstimos consignados. "Como as parcelas são descontadas em folha de pagamento, os juros são menores. Mas as pessoas têm que ficar atentas ao grande número de parcelas, fazendo com que este tipo de empréstimo saia muito caro." Roberta também explica que, caso alguém queira quitar os débitos de uma só vez, o banco ou a financeira deve fazer um abatimento proporcional aos juros. "O consumidor deve ir até a instituição financeira onde fez o empréstimo e solicitar a boleta para quitar o débito. Caso isso não seja feito, a pessoa pode ir ao Procon."

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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