Violência Urbana em Juiz de Fora é tema de seminário na OAB
O evento, que ocorre ocorre nos dias 14 e 15 de março, deverá reunir autoridades, comunidade acadêmica e movimentos sociais
*Colaboração
5/3/2013
O seminário Violência Urbana em Juiz de Fora: O que deve ser feito?, que visa buscar respostas para resolver o problema que vem crescendo na cidade, abriu inscrições aos interessados nesta terça-feira, 5 de março. O evento tem organização da Câmara Municipal, conta com a participação da Subseção Juiz de Fora da Ordem dos Advogados do Brasil-MG, da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e do Instituto Vianna Júnior. Além do seminário, serão realizados laboratórios de estudos sobre a violência, que têm como objetivo discutir, analisar, coletar dados e acompanhar os desdobramentos envolvendo assuntos relacionados à Violência contra a Mulher; Violência e Saúde; População de Rua; Drogas; Violência contra o Idoso; Violência e Direito Penal e Constitucional; Violência e Arte; Violência no Trânsito; além de outras vertentes da violência urbana.
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De acordo com o presidente da Câmara, Júlio Gasparette (PMDB), o seminário veio em boa hora para discutir os problemas tão sérios que a Juiz de Fora tem acompanhado pela imprensa. ''Nossa cidade está em sétimo lugar no ranking da criminalidade e está caminhando para uma posição muito ruim, já que muitos jovens e famílias têm vivenciado problemas dessa realidade. A sugestão do seminário nasceu dos vereadores da Comissão de Justiça da Câmara, e esperamos que outras instituições possam vir até nós após o seminário, a fim de nos ajudar a buscar soluções para essas dificuldades que estão acontecendo."
Segundo o pró-reitor de extensão da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcelo Dulci, o tema da violência já vem sendo abordado pelas forças de segurança, estudiosos e pela sociedade em geral há muito tempo. ''Mas em função do aumento incrível da violência nos últimos três anos, o assunto agora merece uma reflexão mais profunda. Por isso fazer um seminário envolvendo tantas instituições. É uma tentativa de fazer uma coisa que nós ainda não fizemos, que é de reunir todos, lideranças e responsáveis no processo, para pensar propostas concretas que consigam barrar, diminuir os índices de violência na cidade''.
Dulci explica, ainda, que o papel da sociedade acadêmica é de estudar os problemas a partir de vários pontos de vistas, envolvendo questões como saúde pública, cultura, esporte, lazer, psicologia social, política educacional, entre outras áreas que estão relacionados ao tema. ''Nós buscamos ajudar, oferecendo os dados, bases e análises, para que os que têm o poder de decidir as políticas possam tomar decisões, não na base do 'eu acho'', explica o pró-reitor.
De acordo com o secretário de Governo, José Sóter Fiqueroa, são várias as causas da violência urbana. ''Desde a segregação social, como a falta de planejamento, desordenamento urbano, falta de políticas públicas, que merecem um olhar diferenciado, principalmente no que diz respeito aos novos jovens, que são as vítimas dessa violência urbana. Precisamos pensar o tema de como o poder público e o poder Executivo podem desenvolver ações no sentido de conter a violência. E este seminário é mais do que uma provocação, é a busca por soluções concretas, um desafio que não é exclusivo dos poderes Executido e Legislativo, mas de toda a sociedade. Por isso, defendemos a questão da escola integral, que eu acredito que se tivesse sido viabilizada em nosso país, em nosso munícipio, a questão da violência estaria, de certa forma, sobre controle, ou não teria atigindo patamares como o que temos agora'', resalta o secretário.
Laboratório
''A ideia de criar os laboratórios de estudo sobre a violência urbana é espetacular. Precisamos construir uma rede de laboratórios integrada, que possa reunir todos os dados já produzidos por pesquisadores, forças de segurança, instituições, e transformar em uma rede flexível que faça a união do que já tem para que possamos produzir políticas concretas que barrem o problema. Precisamos da mídia para o movimento ser feito de forma transparente dando voz a todos'', explica Marcelo Dulci.
Programação
Quinta-Feira – 14 de março
- Abertura: 19h
Mesa: Julio Gasparette, presidente da Câmara Municipal; Bruno Siqueira, prefeito de Juiz de Fora; Henrique Duque, reitor da UFJF; Denilson Clozato Alves, presidente da OAB – subseção Juiz de Fora; Jacqueline Pires Vianna, diretora-presidente do Instituto Vianna Júnior; Rômulo Ferraz, Secretário de Estado de Defesa Social e Edir Guerson de Medeiros, juiz diretor do Fórum da Comarca de Juiz de Fora.
Conferência: Violência Urbana
- Horário: 20h
Apresentação e Mediação: vereador Wanderson Castelar (PT), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal
Conferencistas: Jacob Pinheiro Galdberg, Doutor em psicologia, psicanalista, advogado, assistente social e escritor e Leandro Piquet Carneiro, Doutor em Ciência Política, pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da Universidade de São Paulo – NUPPs
Sexta-Feira – 15 de março
- Primeira Mesa: Violência Urbana em Juiz de Fora – Diagnóstico e Perspectivas
Horário: 14h
Mediador: Jucelio Maria (PSB), presidente da Comissão da Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Câmara Municipal
Convidados: professor Doutor Paulo Fraga, diretor do Centro de Pesquisas Sociais da UFJF; professor Doutor Telmo Mota Ronzani, Crepeia – UFJF; professor Doutor Vicente Riccio, Faculdade de Direito da UFJF; professora Doutora Maria Aparecida Tardin Cassab, da Faculdade de Serviço Social da UFJF; professora Cyntia Toledo de Miranda Chaves, do Instituto Vianna Júnior; Marise Baesso, jornalista; Adenilde Bispo Petrina, liderança comunitária; Gilmara Andrade dos Santos, da Defensoria Pública, e Arine Caçador, do Centro de Prevenção à Criminalidade de Juiz de Fora
- Segunda Mesa: Como Prevenir e Combater a Violência?
Horário: 17h
Mediador: vereador Roberto Cupolillo (Betão-PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal
Convidados: general da 4ª Brigada de Infantaria Motorizada, Otávio Santana do Rego Barros; delegado da Polícia Federal em Juiz de Fora, Cláudio Roberto Pessoa Dornelas; Comandante da 4ª Região de Polícia Militar, Coronel PM Ronaldo Nazareth; chefe do 4º Departamento da Polícia Civil de Juiz de Fora, delegado Rogério de Melo Franco Araújo; chefe do Departamento da Guarda Municipal, tenente-coronel Almir Cassiano de Almeida; Comandante da Polícia Rodoviária Federal, Marco Antônio Furtado Lisboa; promotora Kelma Marcenal Pinto; secretário municipal de Assistência Social, Flávio Cheker; secretário municipal de Saúde, José Laerte; secretário municipal de Educação, Weverton Vilas Boas de Castro e o professor do Núcleo de Pesquisa sobre violência e políticas de controle sociais da UFJF, André Moysés Gaio.
Serviço
O seminário ocorre nos dias 14 e 15 de março na sede da OAB, localizada na avenida dos Andradas 696. Serão oferecidas 320 vagas e o curso é destinado a autoridades, representantes de movimentos sociais, culturais, autoridades, associações, comunidade acadêmica e demais interessados. As incrições podem ser feitas na sede da OAB ou pelo telefone (32) 3690-5900.
*Cintia Charlene é estudante do 7º período de Comunicação Social da UFJF
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