Após investigações, Polícia Civil identifica pichadores em JF

Grupo é formado por jovens com idade entre 15 e 24 anos de classe média alta e alta. Em sua maioria, são skatistas, segundo informação dos policiais

Cintia Charlene
*Colaboração
6/3/2013
coletica pc

Em coletiva realizada nesta quarta-feira, 6 de março, os delegados da 1ª Delegacia de Polícia Civil em Juiz de Fora, Eurico da Cunha Neto e José Márcio Carneiro, informaram que investigações iniciadas há quatro meses facilitaram a identificação de um grupo de pichadores que vem atuando na cidade.

Os trabalhos começaram a alguns meses e após a Polícia Militar (PM) apreender latas de tinta durante um patrulhamento noturno, as investigações foram intensificadas. O caso foi encaminhado à Polícia Civil. 'Nós começamos a identificar essas pessoas principalmente pelo meio virtual , onde elas dialogam com certa liberdade. Por lá, chegamos a outros nomes. Com uma pessoa identificada, o trabalho é facilitado, já que ela acaba trazendo informações que auxiliam na identificação de outras", explica Neto.

Seis pichadores foram identificados e já prestaram esclarecimentos à polícia, tendo sido liberados em seguida. O caso ainda segue sob investigação, para que o maior número de infratores seja identificado. No caso de menores, estes deverão ser encaminhados à Vara da Infância e Juventude.

De acordo com ele, existem, no mínimo, 30 pichadores na cidade, o que pode ser comprovado devido ao volume de pichações. As investigações revelam que a maioria está tem entre 15 e 25 anos, todos de classe média alta e classe alta. "São pessoas com bom grau de instrução, e que acham que não haverá nenhuma consequência do ato criminoso. A maioria pertence a grupos de skatistas, o que não significa que todos os skatistas sejam pichadores. Normalmente, eles picham para aparecer,  achando que a pichação será uma marca, um sinal. Com isso, acabam criando  uma disputa entre eles mesmos, ou seja, quem picha mais, quem picha em lugares de acesso mais difícil. Isso faz com que sejam criados grupos rivais. Notamos que um risca a pichação do outro e tememos que isso possa evoluir para um crime mais grave', alerta o delegado.

Punição

O crime de pichação está previsto na  lei de crimes ambientais, artigo 65, que aplica penas que podem variar de três meses a um ano de detenção, no caso de pichações em espaços públicos; no caso de prédios tombados, de seis meses a um ano. Neto acredita que uma forma de punição além  da pena seria também a prestação de serviço a comunidade. "Uma boa saída é fazer com que eles mesmos limpem os lugares pichados'.

O delegado José Márcio Carneiro defende que os pais precisam ter mais atenção às ações de seus filhos. "O que vemos são pais muito omissos com relação a casos de pichação. Nos surpreende que quando eles chegam à delegacia não têm conhecimento do que os filhos estão fazendo. Pedimos aos pais que observem mais, não só com relação ao uso de drogas, mas também em relação à pichação, que é um crime passível de punição. Então, se o  filho chega em casa com a mão suja de tinta, se ele compra uma lata sem uma motivação e o pai financia aquela lata, que eles prestem mais atenção."

Alerta

Carneiro faz um alerta à população. 'Quem tiver suas residências pichadas, reclamem e tirem fotos. Isso faz com que aquilo se configure crime. E a continuidade ocorre com o registro do boletim de ocorrência."

*Cintia Charlene é estudante do 7º período de Comunicação Social da UFJF

ACESSA.com - Ap?s investiga?es, Pol?cia Civil identifica pichadores em JF

Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!