Segundo dia de greve: cerca de 75 ônibus voltaram a circular

"Eu me proponho a colocar 100% dos ônibus nas ruas, mas com as roletas travadas", afirma o presidente do sindicato dos rodoviários

No segundo dia de greve dos motoristas e cobradores de ônibus de Juiz de Fora, alguns veículos já estão nas ruas, diferente do que ocorreu na última terça-feira, 5 de março, quando nenhum ônibus circulou.

Segundo a Associação Profissional das Empresas de Transporte de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp), na manhã desta quarta-feira, 6, já havia 78 veículos rodando. A primeira parcial confirma que apenas coletivos das empresas São Francisco e Tusmil não saíram da garagem. Nesta manhã, a Santa Luzia foi quem mais disponibilizou veículos. totalizando 40. A Goretti circulou com seis; a Ansal, com cinco; a Norte, com dois; e a São Cristóvão, com 25.

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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sinttro), Adilson Antônio Rezende, conversou com a reportahem do Portal ACESSA.com, na sede do sindicato, nesta manhã. Ele garantiu que está disposto a colocar todos os ônibus na rua, mas sem cobrar passagem. "Eu me proponho a ter 100% da frota nas ruas na tarde desta quarta-feira. Mas sem cobrar passagem. Fiz essa proposta no primeiro dia da greve e até agora não obtive resposta das empresas. Eu sigo esperando para negociar. Estou aqui, dentro do sindicato, e até agora nada. Eles não querem negociar, querem é fazer sensacionalismo", dispara.

Adilson disse, ainda, que o sindicato está procurando trabalhar dentro da legalidade. "Procuramos, nesta quarta-feira, os trabalhadores nas portas das garagens. Colocamos para eles toda a situação, mas não podemos obrigá-los a cumprir os 30%. São os próprios trabalhadores que não querem sair. Os carros que estão nas ruas estão sendo conduzidos por pessoas que querem trabalhar, e estamos respeitando isso. Mas não é uma multa que vai parar nosso movimento", disse, referindo-se à liminar concedida pelo desembargador Jorge Berg de Mendonça, da Terceira Região do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG), que garante a obrigatoriedade de 80% da frota na rua, sujeita à aplicação de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

Nova reunião no Ministério do Trabalho

Por meio de nota, a Astransp informou que a decisão do Tribunal Regional do Trabalho "prevalece sobre qualquer decisão de assembleia ou individual dos trabalhadores, e que o descumprimento da ordem judicial acarretará em penalidade ao sindicato, prevendo multa diária. Além disso, o funcionário que descumprir a decisão também estará sujeito à punição disciplinar."

A associação, na manhã desta quarta-feira, divulgou comunicado à população, onde repudia o que chamou de abusividade da greve dos rodoviários. "Além de engessarem a negociação num reajuste impraticável de 28%, impediram os profissionais de saírem das garagens. O sindicato deveria garantir a circulação de, pelo menos, 30% da frota, mas os poucos ônibus que começaram a circular foram apedrejados ou seus ocupantes ameaçados. A Astransp lamenta os transtornos causados e pretende tomar as medidas cabíveis para minimizar a gravidade da situação, evitando prejuízos ainda maiores à população."

PM informa que quer fazer cumprir a determinação de 80% da frota nas ruas

Por nota, divulgada à imprensa na manhã desta quarta-feira, a Polícia Militar informou que está trabalhando para fazer cumprir a determinação legal.

"Considerando a necessidade primeira da manutenção da Ordem Pública no município de Juiz de Fora, visto a deflagração da greve dos rodoviários, desde o início das negociações internas do Sinttro com as entidades de classe, a Polícia Militar vem acompanhando o caso de forma ostensiva. Nesta data, (...) houve determinação de funcionamento de 80% da frota de transporte coletivo no município. Neste sentido, a Polícia Militar de Minas Gerais está lavrando boletins de ocorrências nas situações de descumprimento da determinação judicial e trabalhando para a total garantia do cumprimento desta ordem. A Polícia Militar reforça que está com a tropa operacional já em pontos estratégicos da cidade e todo efetivo administrativo se encontra em prontidão por tempo indeterminado. Esse esforço visa as garantias constitucionais e, caso a ordem pública seja violada, todas as medidas legais serão adotadas."

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