Manifestantes invadem a Câmara de Juiz de Fora

Decisão aconteceu devido a recusa do presidente da Casa em conversar com uma parte do grupo, que estava fora do prédio

Andréa Moreira
Repórter
*Colaboração
Cíntia Charlene
27/06/2013

Centenas de manifestantes invadiram a Câmara de Juiz de Fora, no final da tarde desta quinta-feira, 27 de junho. O ato aconteceu depois da entrega de uma Nota Oficial elaborada pelos vereadores, para os organizadores do 4º Ato Público Junta Brasil. Insatisfeitos com a atitude do presidente da Casa, Júlio Gasparette (PMDB), de apenas entregar o documento e não se pronunciar para o público, que estava do lado de fora do prédio, os manifestantes invadiram o prédio (veja o vídeo). Apesar do ato, a organização do Junta Brasil, condena a ação. "Nós não tínhamos a intenção de invadir a Câmara. Queríamos apenas receber o documento dos vereadores e, posteriormente, estudar as propostas apresentadas, e dar continuidade as nossas reivindicações," afirma Juliano Silva, um dos organizadores do movimento, ressaltando ainda que a decisão de invadir o local partiu de integrantes de grupos partidários.

Durante a invasão acontecia uma reunião ordinária na Casa. Porém, a sessão foi encerrada e o presidente saiu do lugar, sem conversar com os protestantes. Ato condenado pelo vereador Wanderson Castelar (PT). "Acho que foi precipitada a decisão de encerrar a sessão. Para mim, o ideal seria acompanharmos os manifestantes até o prédio da Prefeitura, pois é lá que eles vão encontrar as principais respostas."

Para Felipe Linhares, que defende a invasão da Câmara, a decisão foi necessária para chamar a atenção do Executivo e do Legislativo. "Queremos que os políticos vejam a indignação de toda a sociedade. Queremos mudanças reais e não apenas mais um documento." O manifestante afirma ainda que o grupo ficaria na Câmara o maior tempo possível. "Acredito que só assim nós seremos ouvidos."

Segundo o tenente coronel Mário, a função da Polícia Militar é controlar o trânsito e garantir a segurança dos pedestres. Sobre uma possível intervenção no prédio da Câmara, o militar afirma que esta decisão partiria de Gasparette. "Somente o Legislativo pode decidir se o local corre algum risco. Lembrando que estamos aqui para dialogar e garantir a segurança e integridade de todos."

Em seguida, os manifestantes desceram a rua Halfeld, até a avenidas Getúlio Vargas, Presidente Itamar Franco, Rio Branco, retornando para o Parque Halfeld.

A redação do Portal ACESSA.com tentou entrar em contato com o vereador Gasparette, mas até o fechamento desta edição não obteve êxito. Durante a entrega do documento, o vereador afirmou que a Nota Oficial tinha todas as respostas para as reivindicações, e que a Câmara estava aberta para sanar as demais dúvidas."

Confira as reivindicações do Movimento Junta Brasil:

  • Transporte público: estatização, redução de tarifa, aumento da frota, passe-livre estudantil, implantação do bilhete único, estruturação dos pontos de ônibus.
  • Veto da lei de ocupação do solo. (Essa medida já foi acatada pelo prefeito Bruno Siqueira)
  • Gastos com o Executivo e Legislativo: redução do salário e benefício dos vereadores, piso salarial dos professores, contra construção da nova Câmara.
  • Retomada da construção do Hospital Regional da Zona Norte.

*Cíntia Charlene é estudante de Comunicação Social do 8º período da UFJF


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