Após enterro de taxista assassinado, categoria fecha a Rio Branco
Taxistas também se mostram revoltados com a segurança no período noturno
Repórter
5/11/2013
O enterro do taxista Marcelo Luna Alvarenga, de 33 anos, assassinado na madrugada desta terça-feira, 5 de novembro, no bairro Santa Rita, foi marcado pela comoção de amigos e familiares da vítima, além da revolta da categoria, que cobra mais segurança no período noturno.
Taxista há 28 anos, Itamar Fidélis afirma já ter sido assaltado em cinco ocasiões, e que a situação é preocupante. "A classe pede mais segurança no período da noite. Não temos postos policiais funcionando neste horário. A lei de identificação de passageiros (nº 10.877/2005) não funciona. Nesta madrugada quando a central avisou sobre o assassinato, a revolta e mobilização foi grande. A atitude de ir às ruas e fazer o buzinaço foi um desabafo, um grito por misericórdia do poder público", afirma.
Por telefone, a assessoria da Polícia Militar (PM) informa que "hoje as companhias de polícias ativas estão na praça do Riachuelo, na praça do Manoel Honório, em São Mateus e no Linhares. Elas funcionam com expediente administrativo, pois são apenas unidades administrativas. A dinâmica de postos de polícia não existe mais em Juiz de Fora, já que a unidade que antes ficava dentro do posto, não saía para patrulhamento ostensivo. Hoje é feito a vistoria com a viatura, ou seja, os policiais estão com os carros nas subáreas em pontos bases, que é quando a viatura fica parada em determinado local e com giroflex ligado. Dali, eles se deslocam para as ocorrências. As viaturas ficam na cidade toda, em locais onde os taxistas circulam. Se algum motorista suspeita de algo, deve entrar em contato com a Central, que aciona a PM e a viatura vai passar onde ele estiver e realizar abordagem. Nós incentivamos a identificação dos passageiros, incentivamos que o motorista pare próximo a uma viatura, caso precise, que os policiais façam a abordagem de alguém suspeito e façam uso do sinalizador implantado pela Settra, de ocupado ou livre. No boletim de ocorrência, mostra que não foi levado nada da vítima e o tiro foi dado na nuca. A princípio, a hipótese de assalto está descartada, mas o caso será investigado pela Polícia Civil."
Família
O supervisor do serviço de táxis da Agência de Gestão de Transportes e Trânsito (Gettran), Márcio Alvarenga, é tio da vítima e afirma ter ficado em pânico quando foi informado. "Estava em casa dormindo e meu filho avisou. Fiquei em pânico e não consegui tomar nenhuma providência no momento. A categoria está revoltada, sentindo a ausência da PM. As noites são vazias na cidade. Ele ainda era um aprendiz no táxi, e por isso pegava horários de pouco movimento, como a noite. Mas afirmo que era um menino bom, não tinha vícios, frequentava a igreja e era caseiro. Tinha a conduta limpa. O que aconteceu foi uma fatalidade", conta.
Paralisação
Logo após o enterro de Marcelo, a categoria dos taxistas fez nova manifestação na principal avenida da cidade, a Rio Branco. Por volta de 17h30, eles se reuniram na esquina das avenidas Brasil e Rio Branco e seguiram sentido Bom Pastor. Vários carros estavam com fitas pretas, em sinônimo de luto, além de exibirem cartazes e pinturas nos veículos pedindo mais segurança e justiça.
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