Quarta-feira, 4 de dezembro de 2013, atualizada às 12h37

Agentes da Polícia Federal em JF protestam pela regulamentação do setor

Eduardo Maia
Repórter
Agentes da Polícai Federal protestam pela regulamentação do setor

Cerca de 20 agentes da Polícia Federal (PF) estão paralisados em Juiz de Fora nesta quarta-feira, 4 de dezembro. Entre as reivindicações está a falta de uma lei que regulamente o trabalho dos oficiais e o congelamento do reajuste de 15,8%, proposto aos servidores pelo Governo Federal.

De acordo com o representante do Sindicato dos Policiais Federais de Minas Gerais, Robson Carneiro da Silva, os policiais cobram há três anos uma lei que regulamente o trabalho no setor. "A PF está trabalhando de uma maneira desorientada e desmotivada. Nós não temos uma legislação que possa nos dar as atribuições. Somos nove mil policiais em cargos de nível superior desde 1996 e ainda não temos uma lei que regulamente o nosso trabalho", explica.

Silva alega que o Governo Federal promove um descaso com a polícia, tentando desmotivar os trabalhadores, por meio de uma interferência política nas investigações. "Qual o interesse de manter uma polícia desmotivada? Cerca de 30% do nosso efetivo apresenta algum problema de saúde psicológica ou psiquiátrica. Nós sofremos assédio moral. Por conta dos recentes escândalos, a maneira como o governo tratou os presos do mensalão, não há interesse que haja uma Polícia Federal eficiente."

A paralisação da Polícia Federal em Juiz de Fora engloba apenas os agentes das áreas de investigação. Setores de atendimento ao público, emissão de passaporte continuam funcionando normalmente. O sindicalista justifica que a ação não pretende prejudicar o atendimento ao cidadão.

A PEC 51 e a unificação das polícias

O movimento deflagrado nesta quarta-feira também pede pela aprovação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 51/2013, de autoria do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). O documento sugere a reestruturação do modelo de segurança pública no país, a partir da unificação das polícias federal, militar e civil, mantendo a autonomia dos estados.

"A PEC propõe uma polícia de ciclo completo, em que a gente faz a investigação, e depois a parte de levar a documentação ao judiciário. Hoje você tem a Polícia Militar que faz a parte ostensiva e tem a Polícia Civil que faz a parte investigativa. A ideia da PEC é englobar as duas funções, de forma a exigir uma carreira única. As pessoas podem ser alçadas aos cargos de chefia pela sua experiência", explica.

Além disso, o projeto também torna os municípios responsáveis pela segurança pública, podendo instituir polícias de nível local, dependendo da regulamentação de cada estado. O sindicalista explica que ainda há resistência por parte das instituições envolvidas e no próprio Congresso, já que ainda não se estabeleceu uma forma de incorporação do efetivo e das carreiras dentro de cada órgão.

A ACESSA.com entrou em contato com a assessoria da Polícia Federal, mas não obteve o retorno até o fechamento desta nota.

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