Professores estaduais realizam "vigília da educação"

Greve já dura 13 dias e governo do Estado não se pronunciou

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2/06/201

Uma "vigília da educação" será realizada durante a noite desta segunda-feira, 2 de junho, e madrugada de quarta, em frente à Escola Normal. A manifestação faz parte da greve dos professores estaduais, que começou no dia 21 de maio. De acordo com a coordenadora da subsede do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) em Juiz de Fora, Victória Mello, a atividade serve para chamar atenção da população e do governo, que se recusa e negociar com o sindicato. "Tivemos resposta em fevereiro de que não haverá reajuste este ano. Nossa carreira está congelada e milhares de trabalhadores estão em situação de completa insegurança. O governo não se pronuncia e por isso estamos exigindo a negociação", afirma.

Ainda segundo Victória, os professores e alunos passarão a noite com atividades políticas e culturais. Às 8h desta terça-feira, 3, partem para uma manifestação no bairro Grama. Na quarta, uma reunião será feita em Belo Horizonte e definirá se a greve dos professores continua ou não. 

Em nota, a Secretaria de Governo afirmou que "o percentual de professores da rede estadual de ensino que comparece normalmente às escolas está cada vez mais próximo de 100%. Nesta segunda-feira (02-06), de acordo com balanço realizado pela Secretaria de Estado de Educação (SEE), que abrange todo o estado, 309 dos 229.543 professores ativos da rede estadual de ensino não compareceram às escolas. Isso significa que 99,87% do total de docentes do estado trabalharam normalmente no dia de hoje.

Desde o início do movimento, o percentual de professores que aderiu à greve convocada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) sempre esteve abaixo de 0,5%. Ainda assim, a adesão, que já era baixa, está cada vez menor. O índice de 0,13% dos professores paralisados é o menor registrado desde o início da paralisação.

Entre as 3.674 escolas da rede, duas ficaram paralisadas por conta da greve, o que representa 0,05% do total. Esse percentual também caiu. Na última sexta-feira, eram quatro as escolas que paralisaram totalmente as atividades.

A Secretaria de Estado de Educação (SEE) reitera que as principais reivindicações apresentadas pela entidade não estão de acordo com a realidade da educação mineira. Por exemplo, Minas Gerais paga, desde 2011, um valor bastante superior ao estabelecido pelo Ministério da Educação. Atualmente, o salário inicial pago a um professor com licenciatura plena é de R$1.455,30 para uma jornada de 24 horas semanais. Esse valor está, proporcionalmente, 42,93% acima do estabelecido pelo MEC para uma jornada de 40 horas semanais. O piso nacional para 40 horas semanais é de R$1.697,39 e para uma jornada de 24 horas, que é adotada em Minas, seria de R$1.018,43.

Em outubro do ano passado foi concedido um aumento de 5% a todas as carreiras da Educação Básica da rede estadual. Em função dos reajustes de salários e de outros benefícios concedidos pelo Governo do Estado, a folha de salários da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais cresceu consideravelmente nos últimos cinco anos. Em 2010, a folha era de R$ 6,2 bilhões em 2010 e em 2014 a previsão é de que a folha chegue a R$10,9 bilhões.

O Governo de Minas reitera que continua aberto ao diálogo com as entidades representativas dos servidores da Educação. Na última terça-feira, dia 27 de maio, por exemplo, aconteceu a quarta reunião deste ano do Comitê de Negociação Sindical (Cones), que envolve entidades representativas de servidores do Estado em diversas áreas. A reunião desta terça contou com a presença do Sind-UTE. Este ano já foram realizados outras três reuniões do Cones (25/02, 25/03, 23/04). Em 2013, foram realizadas sete reuniões e em 2012, 12 reuniões."

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