Funcionários da Cesama vão às ruas por Chapéu D'uvas
SINAGUA-JF cobra concurso público e pede transparência nas obras da represa
Lucas Soares
17/04/2015, atualizada às 17h50
Cerca de 250 funcionários da Companhia de Saneamento Municipal (Cesama) caminharam nas ruas do Centro de Juiz de Fora até à sede da companhia, no cruzamento da avenida Rio Branco com a Getúlio Vargas, na manhã desta sexta-feira, 17 de março, com faixas, cartazes, apitos, alto-falantes e carro de som, pedindo mais transparência do governo municipal na realização das obras da represa de Chapéu D'Uvas.
Segundo o presidente do SINAGUA-JF (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Água de Juiz de Fora), Edinaldo Sidclei Ladeira Ramos, o dinheiro investido na obra de reparo já passa de R$ 10 milhões. "Não pode é a Cesama colocar mais dinheiro e inteirar R$ 10,6 milhões. Por que que a gente está socorrendo a obra? São R$ 600 mil que estão saindo do nosso bolso. Estamos socorrendo a obra ou as empreiteiras? Esse dinheiro foi tirado da Cesama. Junte as três empresas, vê qual foi a culpada, e pague o prejuízo. É dinheiro do povo e o povo tem que saber o que está acontecendo. O prefeito anuncia que tem água para 30 anos e logo depois a gente passa por uma seca. Tem que dar uma explicação", diz. Em agosto de 2014, Bruno Siqueira (PMDB) anunciou que a construção da represa custou R$ 37 milhões aos cofres públicos.
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Ramos revelou também que visitou às obras da represa. "Estive semana passada lá e vi que está tudo rachado. A direção da Cesama e o prefeito tem que vir à público e falar porque essa água não chega. Nós precisamos dessa estação. Já tivemos audiência na Câmara Municipal, mas nada foi feito até agora. É um erro muito grave que está sendo cometido. Foram as empreiteiras que erraram", opina.
Ainda de acordo com o presidente, o sindicato está em processo de negociação e uma greve não é descartada. "Nós estamos em pauta de negociação, já que desde 2007 não temos concurso. A Prefeitura faz o que faz com os professores, não quer dialogar. Porque sentar numa mesa e falar que não tem recurso, não é administração. Os aumentos dos funcionários públicos sempre tem que vir. Fazem previsão pra tudo, mas não fazem para os funcionários? Nós somos patrimônio da cidade. Se formos terceirizados, não teremos mais força", revela.
Em nota, a Cesama afirma que "que está mantendo constante negociação com o seu sindicato, tendo inclusive já apresentado contra-proposta à pauta em questão. Como fruto dessa política, nos últimos anos, os funcionários com menores salários obtiveram ganho real em suas remunerações, além de contarem com benefícios como tíquete-alimentação, cesta básica e auxílio creche, entre outros.
A empresa aguarda a apresentação de nova proposta do sindicato, mantendo-se sempre aberta ao diálogo, porém, com a consciência de que a atual situação econômica e a crise hídrica que ocorre no país acarretaram considerável redução no faturamento da Cesama e nos recursos para investimentos. A companhia acredita que o atual momento é, sobretudo, de união e responsabilidade, buscando assim o melhor atendimento aos usuários.
A Cesama informa ainda que a Adutora de Chapéu d'Uvas está operando normalmente, contribuindo com o sistema de abastecimento do município com uma vazão de 250 litros por segundo. Em virtude das chuvas atípicas dos últimos meses, para que os usuários pudessem usufruir de imediato da água da unidade, foi necessário alimentar a parte elétrica do sistema através de dois geradores, devido à dificuldades da Cemig em efetuar a alimentação a partir de seu sistema. Caso tal medida não fosse adotada, o impacto da crise hídrica nacional teria tido proporções ainda maiores na cidade, uma vez que retardaria as operações da adutora. A companhia ressalta também que os geradores estão atuando de forma provisória até que a Cemig consiga executar a interligação elétrica da unidade junto ao seu sistema.
Sobre as obras de ampliação da Estação de Tratamento de Água Walfrido Machado Mendonça (ETA CDI), a Cesama esclarece que vem apurando os deslocamentos geotécnicos nos filtros da unidade, tendo inclusive participado de uma audiência pública sobre o tema na Câmara Municipal, em 2014. A responsabilidade das empresas que projetaram, executaram e fiscalizaram as obras dos filtros estão sendo investigadas por um processo administrativo público, ainda em andamento. A companhia aguarda a conclusão da investigação para que possa dar início às operações da ETA ampliada."
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