Sábado, 13 de fevereiro de 2016, atualizada às 13h40

Comerciantes pedem mais segurança na Zona Leste de Juiz de Fora

Lucas Soares
Repórter

No dia 28 de janeiro de 2016, um estabelecimento comercial - que solicitou não ser identificado na reportagem - foi assaltado por uma quadrilha especializada neste tipo de crime, na Zona Leste de Juiz de Fora. Posteriormente, os suspeitos foram presos pela Polícia Militar (PM) e confessaram 28 crimes semelhantes cometidos naquela região.

Segundo os comerciantes, o local é considerado inseguro e as informações da PM comprovam. A pedido do Portal ACESSA.com, o Armazém de Dados da PM realizou um levantamento do número de ocorrências registradas entre 1º de janeiro de 2015 e 12 de fevereiro de 2016 no círculo que compreende Av. Brasil, Rua Halfeld, Av. Sete de Setembro, Rua Coronel Marcelino Gonçalves, Rua Santo Colsera, Rua Luiza Colsera e Rua Cesário Alvim, e chegou a 73 crimes de roubos, sejam de assaltos a transeuntes, moradores e estabelecimentos comerciais, além de furto de veículos.

A proprietária do estabelecimento citado revela que tem medo de uma represália por levar o caso à imprensa. "Os bandidos foram todos presos em flagrante, dentro da loja. Mas vão ser soltos. Eles faziam isso há um bom tempo. Um deles é menor. Temos que zelar pela nossa segurança, já que aqui estamos vulneráveis. Não se passa polícia aqui, o quiosque da PM fica do outro lado da linha do trem. Se tivesse policiamento, não haveria tantos assaltos. Todos nós já fomos assaltados. Para piorar a nossa situação, a Settra (Secretaria de Transporte e Trânsito) mudou o sentido da avenida Sete de Setembro, passando para mão única. Antes tinha um fluxo grande de pessoas, tinha gente. Acho que isso aumentou o índice de criminalidade", revela.

A funcionária de um outro estabelecimento que também já foi vítima da ação dos bandidos, revela que três assaltos já aconteceram enquanto trabalhava. "Na primeira vez uma senhora veio junto com eles. Enquanto ela era atendida, abordaram o proprietário no fundo da loja e levaram todo o dinheiro. Na segunda, quando estávamos fechando o estabelecimento, colocaram uma arma na cabeça do patrão. Na terceira vez, em um sábado, vieram comprar sabonete e, na hora de ir para o caixa, apontaram a arma e anunciaram o assalto. Acho que precisamos de um posto policial deste lado, mas próximo da gente, ou mais policiais passando por aqui durante o dia. Já chamamos a polícia por conta de suspeitos, mas não vieram. Eu entendo que o efetivo deles está reduzido, mas pelo visto, a gente vai ter que andar sem o auxílio."

Medo

Em um terceiro estabelecimento, a situação revelada também é de medo. "Os comerciantes precisam se unir, fazer um fundo e pagar um segurança para a rua e colocar câmeras. No bairro que eu morei, fizeram isso no comércio e melhorou. Poderia ser uma saída, junto com o policiamento. Quando nos assaltaram, eu estava com a minha filha e minha mãe. Ele veio armado, pediu dinheiro, pegou o celular da minha mãe. A sensação que eu tenho é que eles estão tirando quarta, quinta e sexta para roubar, pelo que a redondeza comenta", fala.

Em outro caso, um comerciante colocou grades em frente ao seu estabelecimento e desabafou sobre a situação em que vive. "Eu sofri uma tentativa de assalto e os mesmos caras voltaram, meia hora depois, e tentaram roubar outro local. No mesmo dia, teve quatro assaltos nesta rua e no dia seguinte, mais três. Até agora, não tem sinal de polícia, nem de nenhuma providência. Aqui é um entrocamento importante de bairros e não existe placa de sinalização de trânsito direito. Não tem Olho Vivo, não vê policiamento e guarda municipal. A Secretaria de Segurança Pública, que teria que zelar pela nossa segurança, faz com que fiquemos atrás de grades e esses marginais ficam impunes. Os direitos humanos só protegem esse tipo de gente e não dá um pingo de apoio pra nós, que trabalhamos, pagamos impostos e sustentamos a cidade. Não se faz absolutamente nada!", reclama.

Outro lado

Em nota, a Settra afirmou que "a implantação de mão-única na Avenida Sete de Setembro ocorreu devido ao binário da Avenida Brasil e visou principalmente possibilitar o retorno, em alguns trechos. Além disso, entre a rua São Bernardo e a rua Halfeld, a alteração se deu devido ao semáforo, para ajustar os tempos dos mesmos. As modificações correram em maio de 2014 e em junho de 2015. Os moradores ou comerciantes locais, que estiverem interessados em sugerir novas propostas de circulação podem entrar em contato com a Settra, pelo telefone 3690-8218."

Em nota, a Secretaria de Governo da PJF informou que "o Olho Vivo é um programa da Polícia Militar de Minas Gerais, já que a segurança pública é de responsabilidade do Governo do Estado. À prefeitura, cabe o monitoramento e acompanhamento das câmeras. A instalação de novos equipamentos em outras localidades depende de estudo técnico e financeiro feito pela PMMG".

Por telefone, o comandante da 135ª Companhia de Polícia Militar, capitão Reginaldo Teixeira, contou que está ciente da situação. "Os bairros fazem parte do cronograma de policiamento preventivo, mas a área é muito grande e a mesma equipe cobre a região. Estamos acompanhando a situação e fazendo o nosso melhor. No entanto, a participação da comunidade ajuda bastante nosso trabalho preventivo, ajudando com informações através do 181 (Disque Denúncia Unificado). Não adianta ligar só quando houver um crime", conclui.

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