Quinta-feira, 2 de agosto de 2018, atualizada às 18h30 e às 19h40

Jornalista suspeita de fraudar testamento de Simeão Cruz é presa em Juiz de Fora

Da redação

Foi presa na tarde desta quinta-feira, 3 de agosto, no Bom Pastor, a jornalista Denise Zaghetto, 52 anos, suspeita de estelionato contra o advogado aposentado Simeão Cruz, de 80 anos, que morreu em maio deste ano.

Segundo informações repassadas pela Polícia Civil (PC) de Juiz de Fora, a Polícia Militar cumpriu o mandado de prisão e ela foi encaminhada para a Delegacia de Santa Terezinha. De lá, Denise deu entrada na Penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires.

Investigações da PC indicam que ela tenha participação, ao lado do cuidador, Carlos César Viana, 59 anos, da morte de Simeão. Segundo a PC, o delegado responsável pelo caso, Eurico Cunha está em viajando e as investigações continuam.

O Portal ACESSA.com entrou em contato com a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), que confirmou que a juiz-forana está na unidade.

O caso

Um inquérito foi aberto pela PC para apurar a causa da morte do aposentado, que não foi comunicada à família. Segundo a investigação, Carlos teria sepultado o idoso sem informar à família e, logo depois, ele e a jornalista apareceram como herdeiros do idoso. O testamento foi assinado teoricamente no dia 8 de maio e ele morreu, dia 13.

Nesta data, a sobrinha dele foi fazer uma visita ao tio e ficou sabendo que ele havia falecido no mesmo dia e que tinha sido sepultado no Cemitério Parque da Saudade.

À época, o delegado contou que o testamento foi feito pela jornalista, dentro de casa, e que não havia nenhuma testemunha presente. O documento foi assinado por uma amiga, 57, e um ex-namorado da jornalista, 58, além de um ex-motorista de Simeão, 28.

Alguns áudios divulgados pela polícia mostraram que Denise estava com medo. "Eu estou assustada. A minha testemunha recebeu uma intimação ontem pra ir na delegacia", disse. "Ela só assinou. Se eu soubesse que ela iria lá eu teria instruído a dizer que estava", disse a jornalista em outro trecho.

No celular da  jornalista, a polícia encontrou uma mensagem trocada com uma advogada. Ela comemorava. "O médico deu o atestado. Lúcido! E o testamento particular assinado!".

O cuidador trabalhava para Simeão há oito anos e tinha a confiança da família. Em seu depoimento, Carlos César contou que o idoso não queria que seus sobrinhos fossem comunicados da morte e que eles não frequentavam a casa do advogado. A Justiça também pediu a prisão do suspeito, mas ele não foi encontrado em casa e está foragido

O advogado Ulisses Sanches da Gama, defensor de Denise, informou que "Já tomou as medidas cabíveis para a revogação da prisão preventiva, prisão essa ilegal e midiática, haja vista que a sua cliente não se furtou aos atos processuais e não preenche os requisitos do art. 312 e 313 do CPP, o qual torna a prisão ilegal".

O corpo de Simeão já foi exumado e o material colhido está em análise. 

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