Toda eleição temos candidatos que são bem votados e não conseguem se eleger, o maior exemplo da última eleição foi o Candidato Negro Bússola com 5.085 votos, o quarto mais votado que não conseguiu se eleger. Um outro candidato com 2.185 votos é atualmente vereador. O que explica isso? Nossa legislação eleitoral privilegia o partido em detrimento ao candidato. O famoso efeito "Tiririca", se você tem um campeão de votos no seu partido, você consegue eleger um ou mais candidatos, independente da vontade do eleitor. Muito se discute sobre isso, mas não existe a menor vontade política para mudar essa situação. Resultado, uma Câmara Municipal sem a representação equânime, garantida pelo poder financeiro e/ou força do partido.
Uma ideia, que não é nova, é o Voto Distrital. Se fosse aplicada na nossa cidade, teríamos 19 distritos (regiões que englobam bairros e distritos regionais), um para cada cadeira na Câmara Municipal. O representante seria eleito no seu distrito e no final teríamos toda cidade representada na câmara, nas discussões do rumo de Juiz de Fora. Essas micro eleições são muito importantes, pois os candidatos terão que bater de porta em porta para pedir o voto, ele obrigatoriamente está diretamente ligado ao dia a dia da localidade e entende suas necessidades. No meu modo de ver, os benefícios são imensos.
O distrito conhece seu representante e saberá cobrá-lo, pois é parte da sua comunidade. Hoje os países de Primeiro Mundo, com EUA, Canadá, Inglaterra, França e Austrália, já adotam esse modelo de eleição, no caso deles, muito mais amplo que uma proposta municipal. Acho que para começarmos, a eleição municipal é fundamental para praticarmos essa nova visão de representatividade, certamente esse modelo vai fomentar nos distritos, câmaras distritais, como se fosse uma Câmara Municipal, onde os representantes locais, igrejas, comerciantes, associações etc, poderiam discutir as necessidades da região, para que seu representante possa defendê-las na Câmara Municipal.
Verbas para campanhas
Outro ponto é a redução de custos das campanhas políticas, isso sim, me parece, uma equidade na luta pelo voto. Claro que teremos candidatos com mais condições que outros, mas fica mais fácil apresentar suas ideias numa região menor, onde o leitor estará muito mais próximo, no mercado, na igreja etc. Mas infelizmente esse assunto ficará para próxima eleição de 2028, pois a nova reforma, apresentada esse ano, nem cogitou discutir esse modelo ou qualquer outro. O que vimos, basicamente, foi o perdão das multas, entre outras alterações sem muito impacto na legislação. O pano de fundo foi legislar em causa própria. Pena que cidadãos normais não possam fazer o mesmo. Infelizmente continuamos com esse modelo eleitoral que beneficia o poder econômico, a força do partido, independente das ideias.
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