Sabe aquela pessoa que entra em um relacionamento, mas está sempre com um pé fora, pronta para ir embora assim que aparecer algo que parece mais interessante? Esse é o "Lemming" das relações amorosas.

Inspirado no comportamento do lemming, aquele roedor que parece seguir um impulso inconsciente de mudar de direção quando algo lhe parece mais atraente, algumas pessoas vivem seus relacionamentos com essa mesma mentalidade: uma eterna busca por algo ou alguém “melhor”.

Mas por que isso acontece? Às vezes, é uma questão de insegurança. A pessoa não tem certeza de suas próprias necessidades emocionais e, em vez de investir no relacionamento que tem, ela está sempre à espreita de uma nova conexão que possa trazer mais satisfação. Isso gera uma sensação de instabilidade para ambos os lados: quem vive essa busca constante e quem está no relacionamento sem saber se será "substituído" a qualquer momento.

Na Psicologia, isso pode ser explicado por alguns fatores. A necessidade de novidade e excitação é uma característica comum em pessoas que têm dificuldade em lidar com a rotina e a previsibilidade dos relacionamentos. Para elas, o novo é sempre mais atraente.

Outra explicação pode estar no medo de compromisso ou em uma baixa autoestima: a pessoa nunca sente que é o suficiente ou que está segura no relacionamento, então busca continuamente por validação em outras fontes.

E qual o impacto disso? Imagine estar em um relacionamento com um "Lemming". Você investe tempo, carinho, e até cria expectativas, mas nunca sabe se a pessoa estará por perto amanhã.

A sensação de abandono iminente pode gerar grande sofrimento, insegurança e até problemas de ansiedade. Além disso, para quem age como o lemming, a busca constante por algo melhor pode ser frustrante e solitária, porque a felicidade plena nunca parece ser encontrada em lugar nenhum.

Como evitar esse comportamento?

Primeiro, é fundamental que a pessoa olhe para dentro e se pergunte: o que estou buscando? Às vezes, essa busca incessante é um reflexo de algo interno não resolvido, e não do relacionamento em si. A Terapia pode ajudar a entender essas questões e a trabalhar a estabilidade emocional, o comprometimento e a capacidade de apreciar o que já se tem.

Se você está envolvido com alguém que parece ser um "Lemming", a comunicação é essencial. Fale sobre suas inseguranças, explique o que sente e observe se a outra pessoa está disposta a trabalhar esses aspectos. O ideal é construir uma relação em que ambos se sintam seguros e valorizados, sem a sombra constante de um possível abandono.

Por fim, ser um “Lemming” não precisa ser uma condenação. É possível aprender a estar presente no aqui e agora, a se comprometer e a buscar satisfação nos relacionamentos de forma mais profunda e menos volátil.

Se você se identificou com esse comportamento, ou conhece alguém que age assim, lembre-se: o que importa não é estar sempre em busca do próximo passo, mas saber aproveitar e construir o momento presente.

Para mais orientações sobre como lidar com a sua saúde emocional, ansiedade, ter mais autoestima, melhorar seus relacionamentos, combater o estresse e garantir mais qualidade de vida mental, me siga no perfil do Instagram @telmaelisa.psi e aqui nesta coluna todas às quintas-feiras.

Reprodução - Você está namorando um 'Lemming' e nem percebeu?

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Telma Elisa

Saúde Mental

Psicóloga e também jornalista, formada pela UFJF, Telma Elisa é especialista em comunicação assertiva e não-violenta, também pós-graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) pela PUC. Tem competência para te ajudar a lidar com ansiedade, relacionamentos, transtornos, e a desenvolver habilidades sociais para que seja possível levar uma vida mais plena.

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