Você já parou pra pensar que nem sempre manter um relacionamento familiar é o melhor caminho para sua saúde mental? Às vezes, os laços de sangue não garantem respeito ou apoio.

Na novela Mania de Você, a relação entre Rudá e seu irmão traz à tona um tema que, para muitas pessoas, é delicado: a ideia de que os laços familiares devem ser mantidos a todo custo, apenas por serem laços consanguíneos. Na trama, o conflito entre os dois irmãos mostra como o simples fato de compartilhar o mesmo sangue não garante uma relação harmoniosa. Tensão, ressentimentos e falta de apoio emocional transformam o vínculo em uma fonte de sofrimento para Rudá.

Essa situação, embora seja fictícia, reflete a realidade de muitas famílias. Há uma pressão social e cultural para que possamos manter relacionamentos familiares, mesmo quando esses são relacionados à nossa saúde mental. Mas será que é sempre necessário manter esses vínculos?

Como psicóloga com abordagem em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), trouxe como essas dinâmicas funcionam e o que podemos fazer para lidar melhor com elas.

 

Por que os laços sanguíneos não garantem um relacionamento saudável?

Desde cedo, somos ensinados a valorizar a família como um pilar central de nossas vidas.

O problema surge quando esses relacionamentos são baseados em expectativas irreais, abusos emocionais ou falta de reciprocidade. No caso de Rudá, vemos um irmão que não consegue encontrar apoio e conhecimento no relacionamento com seu irmão. Isso ilustra como nem sempre os laços biológicos garantem um ambiente emocional seguro.

O apego a esse ideal familiar pode gerar ansiedade, frustração e até depressão quando o relacionamento é tóxico. Sentimentos como culpa, medo de ser excluído e a ideia de que devemos "apoiar" certas atitudes apenas por ser de um parente podem levar ao esgotamento emocional.

A TCC nos ensina a analisar e reestruturar nossos pensamentos e comportamentos para melhorar nossa saúde mental. Um dos pontos principais é identificar quando um relacionamento, mesmo que familiar, está nos prejudicando.

Estabelecer limites é uma prática essencial para proteger o bem-estar emocional. Muitas vezes, isso envolve criar distância emocional ou física da pessoa que está causando o sofrimento, o que pode ser difícil devido ao peso emocional e cultural desses laços.

Se você se encontra em um relacionamento familiar onde há mais desgaste emocional do que apoio, é importante refletir sobre as seguintes perguntas:

1.Como você se sente após interações com essa pessoa? Se você se sentir constantemente exausto, ansioso ou frustrado, pode ser um sinal de que a relação é tóxica.
2.Há respeito mútuo no relacionamento? Relacionamentos saudáveis são construídos com base sem respeito. Quando esse elemento é inexistente, a dinâmica tende a ser disfuncional.
3.Há abertura para comunicação ou o conflito é constante? Tentar dialogar e encontrar soluções é fundamental. Quando isso não é possível, o distanciamento pode ser necessário para preservar sua saúde mental.

 

A culpa de se afastar pode ser um desafio emocional

A decisão de afastar um familiar pode vir acompanhada de muita culpa. Essa sensação é comum e natural, pois a sociedade muitas vezes reforça a ideia de que "família é tudo". Contudo, é importante lembrar que ninguém deve tolerar relações que sejam emocionalmente abusivas ou abusivas.

Nesses momentos, a terapia pode ser uma ferramenta útil para trabalhar a culpa e encontrar estratégias para lidar com as consequências emocionais desse afastamento. O processo terapêutico ajuda a fortalecer o autocuidado, a autocompaixão e a sobrevivência da autoestima que pode ter sido prejudicada ao longo de um relacionamento familiar disfuncional.

Nem sempre uma família biológica é capaz de fornecer o apoio emocional de que precisamos. Nesse sentido, construir uma “família escolhida”, composta por amigos, parceiros e pessoas que reúnem valores de respeito e carinho, pode ser muito mais saudável. Esse tipo de rede de apoio pode substituir, de forma positiva, o papel da família tradicional, oferecendo um ambiente seguro e acolhedor.

Reconhecer quando um relacionamento familiar é tóxico é o primeiro passo para a cura. E, ao buscar apoio e estabelecer novos vínculos mais saudáveis, podemos encontrar o equilíbrio emocional necessário para viver de forma mais plena e feliz.

Se você está vivendo algo assim ou conhece alguém que passa por isso, busque ajuda. Para mais orientações sobre como lidar com a sua saúde emocional, ansiedade, ter mais autoestima, melhorar seus relacionamentos, combater o estresse e garantir mais qualidade de vida mental, acesse www.telmaelisapsi.com.br e me siga no perfil do Instagram @telmaelisa.psi e aqui nesta coluna todas às quintas-feiras.

Divulgação - Mania de Você - Quando manter o vínculo familiar deixa de ser saudável

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Telma Elisa

Saúde Mental

Psicóloga e também jornalista, formada pela UFJF, Telma Elisa é especialista em comunicação assertiva e não-violenta, também pós-graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) pela PUC. Tem competência para te ajudar a lidar com ansiedade, relacionamentos, transtornos, e a desenvolver habilidades sociais para que seja possível levar uma vida mais plena.

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