Cinejornais da Carri?o Film digitalizados chegam a JF Cinemateca Brasileira digitalizada a produ??o da Carri?o Film e encaminha 20 c?pias ? Funalfa

Marinella Souza
*Colabora??o

Madalena Fernandes
*Revis?o
29/12/2008

Pioneiro do cinema brasileiro, Jo?o Carri?o (1886 - 1959) ficaria orgulhoso do rumo que tomou a sua obra no s?culo XXI. A Cinemateca Brasileira, detentora do acervo da sua empresa cinematogr?fica, a Carri?o Film, decidiu recuperar os cinejornais em suporte digital.

Devidamente autorizado pela Funalfa, o projeto acaba de ser conclu?do e chegam a Juiz de Fora 20 c?pias contendo oito cinejornais. ? mais ou menos uma hora de belas imagens que registram tr?s d?cadas passadas na cidade e regi?o.

Os cinejornais s?o filmados em bitola de 35 mm, em preto e branco, registrando imagens sociais, esportivas e pol?ticas ocorridas em Juiz de Fora durante as d?cadas de 30, 40 e 50. O historiador respons?vel pelo setor de Divis?o da Mem?ria da Funalfa, Nilo Campos, ressalta a relev?ncia da iniciativa da Cinemateca Brasileira.

"? muito importante recuperar essas imagens para valorizar o acervo e preservar a mem?ria da cidade". Segundo Campos, a Funalfa n?o interveio nos crit?rios de escolha nos cinejornais a serem digitalizados, mas que a id?ia era recuperar aqueles que estavam em piores condi?es.

Foto de Nilo Campos Dessa forma, foram transferidos para o suporte digital, os cinejornais que mostram, entre outros destaques, a chegada de Menelick de Carvalho ? Esta??o Ferrovi?ria de Juiz de Fora; a corrida de bicicletas organizada pelo Cicle Clube de Juiz de Fora; a inaugura??o da estrada Juiz de Fora - Monte Verde; o Campeonato Brasileiro de Tiro; as elei?es de 1945 em Juiz de Fora; o desfile militar no Dia da P?tria; a primeira concentra??o mariana na cidade, com missa campal no Parque Halfeld e prociss?o; flashes do carnaval de rua da cidade, no Clube Juiz de Fora, desfiles de ranchos, Baile dos Banc?rios.

O que ? cinejornal?

O cinejornal ? uma programa??o jornal?stica produzida para ser exibida em salas de cinema, antes dos filmes. Campos comenta que os cinejornais eram uma defini??o legal. Em Juiz de Fora, os cinejornais eram produzidos pelo cineasta Jo?o Carri?o que "preservava o cotidiano de Juiz de Fora e regi?o durante tr?s d?cadas, de forma ininterrupta", diz.

A produ??o dos cinejornais na cidade s? cessou no final da d?cada de 50, com a morte de Carri?o. Campos conta que os filhos do cineasta tentaram continuar a produ??o, mas isso n?o foi vi?vel devido a alguns problemas enfrentados com distribuidoras.

A Funalfa possui c?pias desses cinejornais em VHS, pel?cula e agora nos DVDs, que est?o ? disposi??o da popula??o. Quem quiser ter acesso a esse material para pesquisa, pode ir o setor de Divis?o da Mem?ria da Funalfa, que fica na Av. Rio Branco, 2234 - Centro, de segunda a sexta-feira, das 08 h ?s 12 h e das 14 h ?s 18 h.

Quem foi Jo?o Carri?o?

Jo?o Gon?alves Carri?o (27/07/1886 ? 20/06/1959) foi um dos pioneiros do cinema em Minas Gerais e no Brasil. Produziu cinejornais e document?rios durante as d?cadas de 1930 a 1950, de significativo valor hist?rico local e nacional e que foram distribu?dos em todo o pa?s. As reportagens cobriam a vida social e pol?tica de Juiz de Fora. Acontecimentos importantes no Rio de Janeiro, em Petr?polis, Belo Horizonte e outras cidades, at? no Mato Grosso, tamb?m foram registrados por Carri?o. De Vargas a Juscelino, ambos temas de cinejornais, o acervo da Carri?o Film tem valor hist?rico por preservar a mem?ria juizforana e nacional.

As filmagens n?o se restringiam a com?cios e acontecimentos pol?ticos. Carri?o registrava todas as manifesta?es populares: festas do Dia do Trabalho, carnaval, prociss?es, partidas de futebol, corridas de autom?vel, obras p?blicas, a assinatura da primeira lei de prote??o ao cinema brasileiro, inaugura??o de cinemas, atividades do Aeroclube de Juiz de Fora, congressos prolet?rios, a experi?ncia pioneira de televis?o em Juiz de Fora, em 1948, e at? a Marinha do Brasil em tempo de guerra.

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   da contracapa do DVD Jo?o Carri?o tamb?m montou um laborat?rio pioneiro em Minas, onde revelava, montava, sonorizava e copiava a sua produ??o cinematogr?fica. Celso Guimar?es, popular gal? de novelas da R?dio Mayrink Veiga, Jatob? e Cid Moreira foram alguns dos narradores de seus cinejornais, que tinham de cinco a quinze c?pias, conforme o assunto. A Carri?o Film chegou a ter dez m?quinas de filmagem, refletores, caminh?o de som, dois a quatro cinegrafistas operando.

Carri?o destacou-se entre os cinegrafistas da ?poca por n?o ser financiado pelo poder p?blico ou pela elite financeira e por reivindicar uma lei que garantisse a exibi??o de cinejornais brasileiros nos cinemas, j? que os cinejornais estrangeiros dominavam as telas. Conseguiu sensibilizar o ex-presidente Get?lio Vargas, que, em 1932, assinou decreto protegendo a produ??o cinematogr?fica brasileira.

O ?ltimo cinejornal da Carri?o Film foi o enterro do seu idealizador, em junho de 1959, com imagens feitas por seu filho, Manoel Carri?o. Sobre Carri?o, o cineasta Humberto Mauro escreveu, em carta ? fam?lia do cinegrafista, ap?s a sua morte aos 73 anos de idade: ?? com a mais profunda emo??o que me associo ?s homenagens prestadas ? mem?ria do nosso inesquec?vel Jo?o Gon?alves Carri?o, o meu velho amigo Carri?o, criador da Carri?o Film, pioneiro da produ??o e exibi??o cinematogr?fica em Minas Gerais, e um dos mais s?lidos pilares do cinema brasileiro.?

*Fonte: assessoria da Funalfa

*Marinella Souza ? estudante de Comunica??o na UFJF


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