Márcio Itaboray faz da música um sentido para sua vida Médico e músico, ele vê na música uma oportunidade de reunir pessoas. Em dezembro, Itaboray lança seu terceiro CD, Artigos Impalpáveis
Repórter
21/11/2011
"Nasci em uma família de músicos. Não tem jeito, não faço música porque eu quero. Tinha que ser assim." Dessa forma, o músico e médico juiz-forano Márcio Itaboray explica seu contato com a arte. Ele lembra que seu avô, que era farmacêutico, tinha o costume de se mudar constantemente de cidade. "Ele montava uma farmácia e uma banda de música em cada lugar aonde chegava. Em Ubá, tocou com a banda de Ari Barroso."
Além disso, seu pai era músico. Compunha e tocava em rádio. De acordo com Itaboray, era comum receber em casa nomes como Ângela Maria, Jackson do Pandeiro, entre outros, devido aos contatos do seu pai. Diante disso, o músico afirma que se não fosse a música, ele não existiria. "Não tem nada de a música ser uma espécie de válvula de escape à minha carreira de médico. A música é, para mim, um grande prazer, uma oportunidade de contato com outras pessoas, um momento de reunião. Sou músico e virei médico."
As primeiras composições surgiram quando Itaboray ainda era criança. "Via meu pai compondo e comecei naquela época, aos sete, oito anos. O estilo era o mesmo do meu pai, música que tratava da boemia. Eu sempre quis ser compositor, não queria ser músico intrumentista ou cantor." Com o passar do tempo, em meados dos anos 70, Itaboray formou, junto com outros músicos de Juiz de Fora, como Márcio Hallack e Estevão Teixeira, o grupo A Pá.
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"O nome surgiu porque o grupo era formado por uma verdadeira 'pá de gente'. Nessa época, fazíamos shows pela cidade. Foi quando começaram as parcerias com Sueli Costa, Mamão e com o pessoal do Clube da Esquina, Milton Nascimento, Lô Borges e Beto Guedes." Entre tantas parcerias ao longo da sua carreira, Itaboray destaca a função que vê na música. "Não tem porque fazer música se não for para reunir pessoas. Esse é o grande barato. A parceria nos faz dividir momentos, mas, para isso, é fundamental que seja com pessoas afins."
Livro e CDs
Os parceiros foram fundamentais, inclusive, para a retomada do seu trabalho, após períodos de dedicação aos estudos e, posteriormente, à medicina. Ele conta que o lançamento do seu livro, Assuntos de Vento, publicado em 2001, sobre a música em Juiz de Fora, foi muito prestigiado, o que o animou a voltar a trabalhar com música. Além do livro, o artista chegou ao seu terceiro CD.
O primeiro, Da Cor do seu Sonho, lançado em 1996, em parceria com Sérgio Evangelista, era composto por músicas criadas para serem apresentadas em festivais. Em 2008, lançou Olhares Cruzados, um CD que traz uma coleção de músicas, o qual contou com a participação de Milton Nascimento.
O terceiro CD, gravado este ano, intitulado Artigos Impalpáveis, será lançado no dia 22 de dezembro em Juiz de Fora. O trabalho tem participações especiais do cantor Zé Renato (Boca Livre), da compositora Sueli Costa, do maestro Jaime Alem, da cantora Nair de Candia, da banda Lúdica Música, dos cantores Myllena e Édson Leão e do Márcio Hallack Trio. "Este CD traz apenas canções inéditas." O lançamento será feito em uma casa noturna localizada na avenida Deusdedit Salgado 3.955, Teixeiras.
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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