Grava??o de primeira sinfonia cl?ssica composta no Brasil Orquestra Barroca do Festival de M?sica Colonial Brasileira e M?sica Antiga faz homenagem aos 200 anos da chegada da Fam?lia Real portuguesa ao pa?s
Rep?rter
08/07/2008
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Uma semana antes do in?cio do 19? Festival Internacional de M?sica Colonial Brasileira e M?sica Antiga, a movimenta??o de instrumentistas ? grande na cidade. Quem ocupa antecipadamente o Teatro Pr?-M?sica s?o os 35 profissionais, de oito nacionalidades diferentes, que est?o em Juiz de Fora para gravar o nono CD da Orquestra Barroca do Festival.
Desde o dia 05 de julho, os m?sicos ensaiam (foto abaixo) para gravar o repert?rio que ser? apresentado ao p?blico no dia 14, em um dos concertos mais esperados do festival.
Desta vez, a Orquestra Barroca registra a primeira sinfonia nos moldes cl?ssicos composta em solo brasileiro, a Sinfonie a Grand Orchestre, em mi bemol maior, do austr?aco Sigismund Ritter von Neukomm, disc?pulo de Joseph Haydn.
Tradicionalmente, o repert?rio do CD da Orquestra Barroca ? dividido entre composi?es elaboradas em solo brasileiro e m?sicas europ?ias. Neste ano, a obra escolhida do Velho Mundo foi Haffner, a Sinfonia em r? maior KV 385 de W. A. Mozart, uma das mais importantes do per?odo cl?ssico europeu.
A Europa no Brasil
A escolha pela m?sica de Neukomm homenageia os 200 anos da chegada da Fam?lia Real portuguesa ao Brasil, pois o compositor transferiu-se para a col?nia com a corte, junto a v?rios outros artistas. Neukomm acabou vivendo por aqui de 1814 at? 1821 e ? sempre lembrado por sua presen?a marcante na vida musical do per?odo Joanino, tendo influenciado o Padre Jos? Maur?cio Nunes Garcia, al?m de ser conhecido tamb?m pelo uso que fez de modinhas e outros ritmos folcl?ricos em suas composi?es.
"Esta sinfonia foi escrita nos moldes vienenses e poderia ter sido feita na ?ustria ou em qualquer outro pa?s da Europa", afirma o regente da orquestra, Lu?s Ot?vio Santos.
A obra foi a primeira no estilo composta no pa?s, e s? no fim do s?culo XIX surgiria outra.
Segundo Lu?s Ot?vio, n?o fosse a presen?a de Neukomm, a m?sica nacional poderia n?o ter crescido da mesma forma.
A vinda de artistas europeus com a corte incrementou a vida cultural brasileira, por?m muitas daquelas composi?es permanecem in?ditas para o p?blico de hoje. V?rias partituras foram sepultadas pelo tempo e se perderam, mas algumas t?m sido recuperadas.
A Sinfonie a Grand Orchestre foi recentemente editada pela Funarte, a partir do trabalho do music?logo Ricardo Bernardes. Luiz Ot?vio manteve contato permanente com o especialista para que a obra pudesse ter seu primeiro registro em CD, executada com instrumentos de ?poca. "Fazemos uma dobradinha entre a parte te?rica e a pr?tica, porque ? preciso redescobrir uma pe?a que n?o tem nenhuma refer?ncia auditiva"
, explica o regente.
Reconstitui??o de ?poca
?nica forma??o do g?nero na Am?rica Latina, a Orquestra Barroca re?ne grande parte dos m?sicos especializados na chamada interpreta??o historicamente informada.
Com instrumentos de ?poca, esses profissionais t?m o objetivo de recriar a sonoridade mais pr?xima do original poss?vel. ? um trabalho que vem sendo maturado desde o in?cio do festival, h? quase 20 anos. Ao todo, a orquestra j? gravou nove CDs (fotos abaixo), sendo um registrado tamb?m DVD (foto ao lado), na d?cima quinta edi??o do evento.
Em 2006, a Orquestra Barroca do Festival recebeu o pr?mio Disco de Ouro, concedido pela revista musical Diapason, pelo CD com obras de J. F. Rebel, J. S. Bach e Emerico Lobo de Mesquita. Entre as obras registradas pela forma??o est?o pe?as de J.S.Bach, G.F.Handel, G.P.Telemann, J.M.Leclair e J.F.Rebel.
Em Juiz de Fora, o p?blico poder? conferir a apresenta??o deste ano na segunda-feira, dia 14 de julho, ?s 20h30, no Cine-Theatro Central (Pra?a Jo?o Pessoa, s/n?). Antes, por?m, a orquestra toca na antiga Igreja da S?, no Rio de Janeiro, no dia 13 de julho. "Ser? o c?mulo da reconstitui??o, pois vamos tocar ao lado do Pa?o Imperial, onde Jos? Maur?cio e Neukomm tocaram. Teremos instrumentos, local, modo de tocar, tudo correto"
, comemora Lu?s Ot?vio.
Nomes de peso
A Orquestra Barroca re?ne m?sicos de Israel, Fran?a, B?lgica, Irlanda, It?lia, Estados Unidos e Brasil. Todos v?m a Juiz de Fora a convite do festival e alguns s?o tamb?m professores das oficinas realizadas durante o evento. O regente, Lu?s Ot?vio Santos, ? tamb?m diretor art?stico do festival.
Depois de estudar e trabalhar na Europa, onde integrou importantes forma?es de m?sica antiga, voltou para o Brasil para coordenar o N?cleo de M?sica Antiga do Centro de Estudos Musicais Tom Jobim-ULM, em S?o Paulo, onde tamb?m ? professor de violino barroco. Em 2007, o violinista foi agraciado com a Ordem do M?rito Cultural do Minist?rio da Cultura.
Confira a programa??o completa no site do Centro Cultural Pr?-M?sica.
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