Latinidade junta o tempero brasileiro ao ritmo portenho A Orquestra Ouro Preto apresenta espet?culo que retrata o som e a cor latinos, com destaque para produ??o juizforana
*Colabora??o
12/09/2008
Trazer para o p?blico um repert?rio diversificado em termos de latinidade, juntando as m?sicas brasileira e portenha com suas respectivas refer?ncias ? a proposta de Latinidade, concerto que a Orquestra Ouro Preto apresenta em Juiz de Fora no pr?ximo s?bado, dia 13 de setembro.
O maestro Rodrigo Toffolo adianta que o objetivo da apresenta??o
? mostrar um pouco da efervesc?ncia cultural da Am?rica Latina. "N?s vamos misturar
a m?sica brasileira com todas as influ?ncias nacionais que conhecemos, que a gente sente no ritmo, que a gente v? na cor dos brasileiros, com as influ?ncia portenhas, trazidas por Rufo Herrera, bandoneonista argentino. Vai ser uma mistura para mostrar
esse cen?rio rico, que ? a m?sica aqui na Am?rica Latina"
.
Esta vai ser a segunda vez que a Orquestra Ouro Preto se apresenta na cidade e Toffolo afirma que o p?blico da cidade ? muito receptivo. Da primeira vez em que estiveram por aqui, no Festival de M?sica Colonial Brasileira, lotaram a casa onde se apresentaram e esperam repetir a dose com Latinidade.
E para prestigiar um p?blico t?o presente, completando o concerto, Latinidade traz uma composi??o de um artista juizforano, Edmundo Villani-C?rtes, que foi incorporada
ao repert?rio da Orquestra Ouro Preto recentemente. A pe?a Cinco miniaturas
brasileiras
? um pequeno painel da m?sica brasileira hoje."? uma obra lind?ssima, tem bai?o,
tem choro, ? um retrato da m?sica brasileira. ? uma pe?a muito bonita, muito melodiosa,
muito harmoniosa"
, derrete-se.
O maestro conta que esse ? um espet?culo especial em que algumas obras foram encomendadas ? Orquestra como, foi o caso de Calango, Abertura Breve e algumas obras de Rufo Herrera, que foram compostas, especialmente, para a Orquestra, como Candomblera, que tem o prop?sito de apresentar a uni?o do bandoneon ? r?tmica brasileira, sem ren?ncia a seu timbre genu?no.
M?sica erudita no Brasil
Toffolo v? com bons olhos o cen?rio atual da m?sica erudita no Brasil. Segundo ele,
muitas orquestras novas est?o surgindo e as empresas est?o investindo bastante em
m?sica. "As empresas est?o percebendo o retorno que a m?sica d?. A m?sica ? um
campo muito promissor para quem quer investir em cultura"
, afirma. O maestro acrescenta, ainda, que a m?sica erudita est? em uma boa fase, saiu da estagna??o que viveu nos anos 90 e est? "come?ando a subir a ladeira"
, segundo suas pr?prias palavras.
Na avalia??o de Toffolo, a dist?ncia entre o erudito e o popular est? se perdendo
e ? bom que se perca porque, assim, as pessoas deixam de acreditar falsamente no
distanciamento que foi criado entre o gosto popular e a m?sica cl?ssica. "Ouvir
m?sica cl?ssica ? muito bom, n?o precisa estudar muito para gostar, basta sentar
e ouvir"
, garante.
No entanto, lamenta a falta de espa?o na m?dia para que as pessoas conhe?am o estilo
e possam julgar se gostam ou n?o. "Queremos colocar a m?sica cl?ssica no gosto
bom das pessoas, para isso elas precisam ter acesso ao estilo para poder gostar de
funk, de pagode e de m?sica cl?ssica, por que n?o?"
.
Para ele, o Brasil vive de modismos culturais, eventos ef?meros que n?o t?m uma base s?lida para permanecer. O maestro cita os exemplos do que aconteceu com a lambada, o ax? e o sertanejo, estilos que fizeram muito sucesso em determinado momento, mas que hoje n?o se ouve mais falar.
Apesar de toda a resist?ncia, ele comemora o fato de a m?sica erudita existir h?
mais de 200 anos e ainda conquistar adeptos, para ele isso ? o indicativo da qualidade
do estilo. "Para que algo permane?a, ? preciso ter qualidade e que se fale nisso
a vida toda"
, acredita.
Para Toffolo, o que falta ? m?sica cl?ssica no Brasil ? disponibilizar o acesso. "A partir do momento que voc? apresenta algo novo, as pessoas ficam curiosas, querem
conhecer. As pessoas t?m que saber que existe, saber o que ? para definir o pr?prio
gosto. Gosto cada um tem o seu, mas ? preciso ter op?es"
, analisa.
E para quem quiser conhecer mais da m?sica erudita, Latinidade est? na
cidade e o maestro instiga: "Quem for, vai encontrar um espet?culo surpreendente
no que se trata de m?sica brasileira orquestrada. O grande recado ? a mistura, pandeiro
e percuss?o com m?sica cl?ssica. O p?blico vai entender que a m?sica erudita ? extremamente dan?ante"
.
*Marinella Souza ? estudante de Comunica??o Social na UFJF
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