Exposi??o representa o recome?o da artista Heloisa Curzio ousa em cores e formas em sua nova fase e apresenta trabalhos que s?o, para ela, exemplos de dedica??o e muita persist?ncia
*Colabora??o
09/10/2008
Oroboro traz 22 telas da artista pl?stica Helo?sa Curzio que mostra inova?es no seu trabalho. Se sua marca registrada sempre foi as formas geom?tricas, em especial o quadrado, em cores mais frias, agora ela se permite ousar mais em cores e formas.
Sem querer filosofar demais em cima de sua obra, por acreditar que isso atrapalharia o seu processo criativo, Helo?sa, que tamb?m ? psic?loga, encontra uma explica??o bastante plaus?vel para a transforma??o. H? um ano ela sofreu um grave acidente de carro que por um bom tempo limitou seus movimentos.
At? hoje, ela sente fortes dores, mas n?o se deixou vencer, em apenas seis meses entre dores, acidentes de percurso, pinc?is e tintas a artista pl?stica produziu as telas que levaria ? exposi??o. A mudan?a na sua linha de trabalho n?o foi planejada, ela percebeu ao longo do processo e aprovou o resultado. "Acho que as cores quentes, prim?rias, deram mais luminosidade ao meu trabalho"
, relata.
Oroboro representa toda a metamorfose porque Heloisa passou depois do acidente. Ela mudou desde o processo de confec??o das telas at? a forma como v? a vida. Acostumada a pintar de madrugada, ela parou de ir ao ateli? para garantir a sua seguran?a, levou o b?sico necess?rio para a casa e ali, no ch?o da ?rea da piscina pintou as mais de duas dezenas de telas que comp?em a exposi??o.
Os quadrados n?o deixam de aparecer nessas telas, "eles s?o a minha marca, est?o l?, sim, s? que mais dilu?dos, eu me permiti usar curvas"
, explica. Para ela, essas obras representam algo de novo em sua vida: "eu n?o me deixei vencer pelo acidente, continuo fazendo as minhas coisas, exercendo as minhas fun?es"
, orgulha-se.
O pr?prio nome da exposi??o ? significativo. Segundo Helo?sa, esse ? o nome dado ? uma imagem em que uma serpente aparece comendo o pr?prio rabo. "Essa imagem tem muitos significados, entre eles, o de renova??o, que ? o motivo pelo qual eu o escolhi para essa exposi??o. Eu estive perto de perder os movimentos e agora estou em um novo ciclo. Acho que passei perto da morte e ganhei uma nova vida e, de repente, estou procurando viv?-la de forma diferente. Al?m disso, gostei da grafia, a palavra pode ser lida de tr?s para frente"
, confessa.
Invent?rio
Com o espa?o garantido para Oroboro surgiu a oportunidade de usar um outro espa?o, bem ao lado da exposi??o previamente agendada. Foram os pr?prios respons?veis pelo lugar que sugeriram a reuni?o de obras e Helo?sa n?o se fez de rogada e juntou o ?til ao agrad?vel. "Eu sempre quis reunir obras de diferentes momentos da minha vida, de diferentes fases e essa foi a oportunidade"
.
Para nomear a exposi??o, nada melhor do que a palavra que representa "um levantamento de bens"
e assim, Helo?sa fez o seu Invent?rio art?stico, reunindo 39 obras aleat?rias. Entre essas obras est?o desde pe?as in?ditas que ficavam esquecidas no canto do ateli? at? obras premiadas e j? vendidas que ela conseguiu localizar.
Quem for visitar a exposi??o vai poder ver texturas, representa?es abstratas e, claro, formas geom?tricas e quadrados muito bem definidos. Helo?sa n?o sabe explicar o porqu? do uso sistem?tico dos quadrados. "O quadrado ? herm?tico, fechado, r?gido, mas procuro n?o interpretar assim. Acho que a obra tem que dialogar com a pessoa e cada um enxerga o que quer. Muitas vezes as pessoas v?m at? mim admiradas dizendo que eu representei isso ou aquilo e, quase sempre, isso n?o ? verdade"
, revela.
Para ela, Invent?rio ? uma oportunidade de rever e reavaliar a sua trajet?ria art?stica. "Acho importante para o processo de crescimento fazer essa auto-an?lise cr?tica e para os outros ? bacana conhecer um pouquinho da minha trajet?ria, reconhecer a minha marca, a minha identidade nas obras"
.
Invent?rio ? uma compila??o de quase todas as fases da artista pl?stica desde os tempos de faculdade at? hoje, mas algumas s?ries se esgotaram e n?o est?o l? e Helo?sa n?o se preocupa em fazer um registro fotogr?fico de tudo o que faz. "Eu tenho uma tristeza muito grande por ter perdido registros fotogr?ficos de obras que j? foram vendidas e eu n?o tenho como recuperar"
.
As exposi?es v?o at? o dia 02 de novembro, no CCBM ( Avenida Get?lio Vargas , 200 - Juiz de Fora), das 09h ?s 21h (de segunda a sexta) e das 10h ?s 16h (s?bado e domingo).
*Marinella Souza ? estudante de Comunica??o Social na UFJF
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