Maria Maria para defender os direitos das juizforanas Movimento luta por melhores condi?es de vida das mulheres, preven??o ? viol?ncia e pela transforma??o da sociedade
Rep?rter
02/10/2008
O nome ? Maria Maria - Mulheres em Movimento e a luta ? pela garantia dos direitos da classe feminina em Juiz de Fora. O movimento existe h? pouco mais de dois anos e, a partir da identifica??o das car?ncias e dos problemas pelos quais as mulheres passam na cidade, luta por uma transforma??o.
No in?cio, apenas estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) faziam parte do movimento. Eram mulheres j? envolvidas com a pol?tica estudantil e passaram a refletir
sobra a discrimina??o e o machismo. "Percebemos que mesmo em uma sociedade
que preconiza a transforma??o existe o machismo"
, diz a membro do movimento
Ana Cristina Pimentel (foto abaixo).
A uni?o foi a forma encontrada para superar os obst?culos e trabalhar para conscientizar
outras pessoas. "S? atrav?s da organiza??o e das reivindica?es feitas por n?s mesmas
? que realmente vamos conseguir mudan?as"
.
A pouca experi?ncia que tinham na ?poca fez com que as participantes procurassem ajuda, participando de discuss?es com outros grupos. Foi quando entraram em contato com a Marcha Mundial das Mulheres e se tornaram um n?cleo daquele movimento em Juiz de Fora. Foi quando tamb?m deixaram de ser um movimento s? de universit?rias, passando a abranger outras classes.
Segundo Ana Cristina, a falta de creches para as crian?as, a viol?ncia e o padr?o de beleza
s?o os principais problemas enfrentados pelas mulheres. A falta de creches contribui para refor?ar o fato de elas serem vistas como a parte respons?vel pelo cuidado. "Elas t?m que cuidar dos filhos, do marido, dos pais quando ficam doentes. O n?mero reduzido de creches faz com que outras mulheres, como av?s e tias, tenham que cuidar da crian?a enquanto a m?e trabalha"
.
Ela diz que, em Juiz de Fora, essa realidade ? um pouco melhor do que no restante do pa?s,
j? que, aqui, o n?mero de creches ? maior que a m?dia nacional, mas n?o ? suficiente.
O n?mero de vagas nas creches ? a metade do n?mero de estudantes que se matriculam nas s?ries iniciais das escolas. "E isso j? est? estagnado h? alguns anos"
.
O fato de as mulheres serem vistas sempre dessa maneira est? relacionado ? divis?o do trabalho institu?da entre homens e mulheres. Ana Cristina confessa que a sociedade est? mudando,
mas diz que o processo ? muito lento. "Se continuarmos nessa velocidade, s? em 400
anos vamos ter uma mudan?a completa na sociedade"
.
O padr?o de beleza imposto tamb?m est? provocando doen?as, como a anorexia e a bulimia,
consideradas tipicamente femininas por Ana Cristina. "Se a mulher n?o for branca,
magra e tiver o cabelo liso n?o ? considerada saud?vel. ? um padr?o de est?tica e de comportamento"
.
Outro problema que o movimento luta para solucionar ? a viol?ncia, que deixou de ser dom?stica, passando a p?blica.
Segundo Ana Cristina, ela n?o deveria ser tratada apenas como caso de pol?cia, mas
deveria fazer parte de todo um sistema. "N?o queremos que homens continuem sendo
presos, mas que a viol?ncia deixe de existir"
. Para isso, seria necess?rio que a preven??o contra a viol?ncia fosse trabalhada.
Por isso, ela insiste que o movimento n?o luta contra os homens e nem os culpa por isso.
"A cultura da nossa sociedade ainda ? machista. A responsabilidade de cuidar, por exemplo, ? de todos.
De homens, mulheres e do Estado, que deve fornecer educa??o e sa?de de qualidade para que as mulheres sejam menos responsabilizadas"
.
O nome do movimento, Maria Maria - Mulheres em Movimento, foi inspirado na m?sica de Milton Nascimento, que, para ela, representa a for?a, a a??o da mulher, com tudo que ela tem de garra e de sensibilidade.
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