Maria Aparecida da Silva é exemplo de voluntariado O trabalho voluntário faz parte de sua rotina. Ela é a presidente e fundadora da Sociedade Mão Amiga, que assiste mais de mil pessoas

Daniele Gruppi
Repórter
21/01/2009

Maria Aparecida da Silva é um dos raros exemplos de doação integral ao trabalho voluntário. Dos 46 anos de idade, 24 foram voltados para o desenvolvimento de ações sociais. "Já nasci com espírito solidário. Minha mãe me contou que quando eu tinha 5 anos dividia o almoço com os mendigos. Ela dizia que não sabia o que eu tinha, pois queria dividir tudo com os outros."

O trabalho voluntário faz parte de sua rotina. Presidente e fundadora da Sociedade Beneficente Mão Amiga, ela se dedica completamente à entidade, que assiste os bairros Bela Aurora, Santa Efigênia, Arco-Íris, Vale Verde, Previdenciários, Teixeiras, Ipiranga, Sagrado Coração e Santa Luzia (ver mapas).

Ela promove campanhas do agasalho, do material escolar, do leite, de Natal e almoço beneficente, dentre outras atividades. "Oferecemos também cursos de capacitação para dar aos assistidos a oportunidade de ingressarem no mercado de trabalho e se encaminharem. Se eles não quiserem participar, é porque não querem melhorar sua qualidade de vida e, portanto, não precisam de ajuda."

Atualmente, a Sociedade conta com 1.200 assistidos e 16 voluntários. "Comecei ajudando seis famílias com a distribuição de pedaços de frango. Em um ano, a lista de famílias cadastradas pulou para 700. Percebi que havia a necessidade de fazer outras doações, como mais alimentos e roupas. O trabalho foi aumentando e não conseguia mais desenvolver todas as tarefas sozinha. Daí surgiu a Mão Amiga", conta.

Cida, como é conhecida, já quis desistir do projeto diversas vezes. "A falta de apoio desestimula, mas nunca consegui deixar de auxiliar as pessoas. Sempre me envolvo com elas. Quando alguém está com problema, tento logo ajudar. Se eu não fizer isso, sinto um vazio no peito. Faz bem ajudar, sinto-me em paz."

Foto de Maria Aparecida recebendo doação de leite Foto de Maria Aparecida com um grupo de pessoas Foto de Maria Aparecida com dois volun´tários

Ela afirma que tenta conciliar as atividades sociais com a família. Maria Aparecida é mãe de sete filhos naturais e sete adotivos. A adoção aconteceu por acaso. "Já tinha meus filhos e comecei a tomar conta de algumas crianças do bairro onde morava para as mães trabalharem. Só que as mães não voltavam para buscar. Elas ficaram na minha casa e me chamam de mãe. Só vão em suas casas verdadeiras de vez em quando e a passeio."

A presidente da Mão Amiga diz que determina horários para conseguir honrar com todos os seus compromissos. "Na parte da manhã cuido da família, à tarde da entidade, e à noite, deixo o tempo livre para namorar." Para ela, o grande ensinamento que pode deixar para a sua família é amar ao próximo como a si mesmo.

Amiga há 11 anos de Cida, Maria Izaíra dos Santos descreve a presidente da entidade. "É uma pessoa amável, carinhosa com os assistidos, filhos e voluntários. Em dias de festa, come apenas quando todos já estiverem servidos. É calma, só sai do sério quando acontece alguma coisa muito forte."


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