RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A maior refinaria privada brasileira, a Refinaria de Mataripe, aumentou neste sábado (15) seus preços de venda da gasolina e do diesel. Foi o segundo aumento após o corte de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que pressionou as cotações internacionais.
Principal refinadora do país, a Petrobras vem segurando repasses, embora as defasagens sigam em patamares elevados desde o início do mês. Fontes da alta administração da empresa relatam pressão do governo para evitar notícias negativas até o fim da eleição.
Controlada pelo fundo árabe Mubadala, a Refinaria de Mataripe elevou o preço da gasolina em 2%. O do diesel-S10 foi aumentado em 8,9%. No sábado anterior, a empresa já havia aumentado os preços em 9,7% e 11,3%, respectivamente.
A Acelen, empresa do Mubadala que gere a refinaria diz que os reajustes refletem "os preços das variáveis de mercado relacionadas ao diesel e à gasolina, que se mantiveram em patamares elevados no mercado internacional, em função da queda de estoques no mundo".
"A empresa possui uma política de preços transparente, amparada por critérios técnicos, em consonância com as práticas internacionais de mercado", disse e empresa, em nota. A refinaria de Mataripe responde por 14% da capacidade brasileira de produção de combustíveis.
A Petrobras também diz seguir as cotações internacionais, mas defende que não repassa ao consumidor 'volatilidades pontuais" nos preços. Para especialistas, porém, o corte de produção na Opep já elevou as cotações do petróleo a um novo patamar.
De acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a defasagem entre o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras e a paridade de importação estava em 8%, ou R$ 0,30 por litro, na abertura do mercado desta segunda-feira (17).
No caso do diesel, a defasagem era de 12%, o que significa que o preço médio brasileira estava R$ 0,70 por litro abaixo da paridade de importação, conceito que simula quanto custaria para importar o produto dos fornecedores mais próximos.
Na sexta (14), o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges, defendeu que a Petrobras beneficia a sociedade ao segurar reajustes em momentos de escalada das cotações internacionais do petróleo.
"A gente passar mais amiúde a redução e demorar um pouco mais para passar a subida, nós estamos beneficiando a sociedade brasileira", disse o executivo, em live da agência epbr.
A queda no preço dos combustíveis foi um dos trunfos da campanha pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro durante o primeiro turno. Neste segundo turno, sem novos cortes nas refinarias, os preços começam a se estabilizar nos postos.
Na semana retrasada, o preço médio da gasolina recuou apenas 0,4% nos postos. Já o preço do diesel caiu 0,6%. Os dados mostram desaceleração após 14 semana de forte queda em resposta aos cortes de impostos federais e estaduais e a cortes de preços nas refinarias.
A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) só divulgará nesta segunda a pesquisa referente à semana passada, como faz normalmente em semanas com feriados.
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