SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Abisa, associação que representa a indústria de sabão, lançou um comunicado para manifestar preocupação com o aumento no preço do produto e alertar que novas pressões de custo podem surgir em meio ao debate dos biocombustíveis.

Segundo a entidade, a atual discussão sobre o aumento do biodiesel na mistura do diesel precisa levar em conta os reflexos sobre a indústria do sabão, cujo preço pesa na cesta básica e pode prejudicar a população de baixa renda, maior segmento de consumo do sabão em barra.

A preocupação da indústria saboeira se refere ao biodiesel a base de sebo bovino.

A entidade afirma que o uso de sebo bovino como matéria-prima do biodiesel nos últimos anos impactou a oferta e preço do sebo destinado ao sabão. "Enquanto o setor saboeiro expandiu 8,9% de 2019 para 2020, a oferta de sua matéria-prima principal foi redirecionada para o setor de biocombustíveis, fator que gerou distorção do volume e dos preços do sebo bovino no mercado", afirma a Abisa.

Levantamento da entidade aponta que, nos últimos anos, com o aumento do consumo pelo setor de biocombustível, o preço do sebo bovino passou de R$ 2,65 em 2019 para R$ 7,72 em 2022 na média anual.

"O óleo de soja é mais eficaz como matéria-prima para a produção do biodiesel. Dessa forma, a utilização de sebo bovino para a produção de biocombustível deve ser reanalisada pelo setor e pelos órgãos reguladores", diz a Abisa no comunicado.


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