Sexta-feira, 29 de agosto de 2014, atualizada às 12h26

Mulheres colocam a mão na massa à procura de uma nova fonte de renda

Eduardo Maia
Repórter
Dispropan

Simone Castro Souza, de 35 anos, encontrou uma nova forma de ampliar sua renda. Além das tarefas de doméstica, passou a se dedicar à venda de cup cakes na feira do bairro Vila Ideal aos sábados e tem conquistado o gosto de seus clientes. Sua produção caseira que atinge, em média, 80 unidades por produção, propicia bons resultados e ela já começa a pensar em novos sabores e maneiras de ampliar o negócio. "Meus clientes estão achando uma delícia. Vendo no bairro mesmo e quero melhorar cada vez mais. Já estou buscando uma forma de fazer o cup cake diet, com ingredientes próprios. Hoje eu faço com recheios de doce de leite e chocolate e coberturas de chantily e morango.  Minha ideia é levar adiante, pois é muita luta. Já me convidaram, inclusive, para vender no clube aqui no bairro na época do verão", conta.

Simone é um dos exemplos de mulheres atendidas pelo programa Com licença, vou à luta, que oferece um curso gratuito de confeitaria a moradoras do bairro Vila Olavo Costa e também a mulheres atendidas pelo Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp). Simone se formou na primeira turma do curso da Secretaria de Desenvolvimento Social, em parceria com a empresa Dispropan. Com o apoio das amigas, ficou sabendo do curso e se inscreveu para participar. "Estou muito feliz", diz.

Na segunda edição, 24 mulheres estão aprendendo a fazer pudins, quindins, caçarolas, tortas, bolos, rocamboles, aulas práticas de confeitaria, além de receber o acompanhamento em assistência social, psicológica e coaching. Ao todo, são três módulos: formação para a cidadania, qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho e elevação de escolaridade. O projeto ainda conta com a parceria do bistrô Savoir-Faire.

Maria Lúcia Ribeiro Rosa, de 68 anos, é moradora do bairro Furtado de Menezes, e decidiu voltar à estudar depois que o marido faleceu, há cerca de um ano. Na escola, ficou sabendo da oportunidade de se profissionalizar. "Faço a sexta série no Curumim da Vila Olavo Costa. Uma coisa que eu gosto é aprender, levo muito a sério. Acho que este curso será muito útil pra mim já que eu adoro cozinha e além de fazer doces para minha família, pretendo ganhar uma renda extra", conta.

O técnico em panificação Alexandre Soares, que ministra as aulas na Dispropan, afirma que os casos de transformação de vida são comuns. "São muitas histórias marcantes. São pessoas que as vezes chegam aqui tristes e saem daqui satisfeitas, inclusive voltam para contar experiências", comenta.

O profissional explica que durante a aprendizagem é oferecida uma estrutura de tecnologia de ponta para as alunas. "O bacana do curso é contato com a tecnologia, elas tem acesso a tudo o que há de mais avançado. Estamos usando, por exemplo, o ovo pasteurizado, que é comercializado dentro da caixa, sem aditivo químico. Por mais que as receitas pareçam ser antigas, são desenvolvidas com produtos novos. No final do dia, tudo que é feito é degustado, o que permite envolver todos os sentidos na aprendizagem", finaliza.

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