Nícea Helena Nogueira Nícea Helena Nogueira 21/01/2016

Trabalhos acadêmicos sem dificuldade: Formatação

Quando você se associa a um clube é necessário conhecer as regras do local para ser admitido como sócio. Entre outras coisas, você vai querer saber se pode levar seu bichinho de estimação, qual é a hora da abertura das piscinas, se é permitido convidar amigos para irem ao clube com você e qual é o traje exigido para próximo baile, por exemplo. Essas normas padronizam o funcionamento para todos os associados. Ao cumpri-las, respeitando-as, logo você se sentirá parte do clube. Será facilmente identificado por seu comportamento e será imediatamente aceito como integrante daquela agremiação.

A mesma coisa acontece na comunidade acadêmica. Há uma série de normas que padronizam a apresentação dos trabalhos produzidos para que sejam reconhecidos como integrantes dessa comunidade. Esse conjunto de normas aplicado às produções intelectuais dos pesquisadores é chamado de Formatação e determina como o texto deve estar organizado: a disposição dos parágrafos, os tipos e tamanhos das letras, os números de páginas, o tamanho das margens, o espaçamento entre as linhas etc.

 

 

A maior parte das Instituições de Ensino Superior (IES) tem seu próprio conjunto de normas para a formatação dos TCC (Trabalhos de Conclusão de Curso), mas, em geral, todas se baseiam na Norma 14724 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que se encontra disponível para consulta nas bibliotecas universitárias e pode ser adquirida no próprio site da ABNT (www.abnt.org.br/). É interessante se informar sobre essa norma antes de formatar o seu TCC. As bancas examinadoras fazem questão da formatação adequada para avaliar o trabalho. Ela é tão importante quanto a relevância da pesquisa e o descaso por essas normas levam, com certeza, à reprovação.

Entre os principais aspectos da formatação de um TCC, destacamos:

  • Estrutura: divide o trabalho em parte externa e parte interna. Na externa, temos a capa e a lombada (a lateral vertical da capa que fica visível na estante de livros). Na interna, temos os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais.

Os elementos pré-textuais compreendem: a folha de rosto e a folha de aprovação (obrigatórias); a dedicatória, os agradecimentos e a epígrafe (opcionais), o resumo em português e o resumo em língua estrangeira (obrigatórios); listas opcionais como ilustrações, tabelas, abreviaturas e siglas, e símbolos; e, por fim, o sumário (obrigatório).

A introdução, os capítulos e a conclusão (ou considerações finais) são os elementos textuais, ou seja, o texto propriamente dito.

O único elemento pós-textual obrigatório é as Referências, que podem ser seguidas pelo glossário (lista de termos técnicos utilizados no texto), apêndice (informações produzidas pelo próprio pesquisador, como entrevistas e questionários), anexos (informações produzidas por outros) e índice remissivo (lista de assuntos ou de nomes de pessoas citadas, com a indicação da(s) página(s) onde aparecem).

  • Regras Gerais: a apresentação de TCCs envolve especificidades no formato (cor e tamanho das letras), no espaçamento (no texto, nas notas de rodapé, no indicativo numérico dos capítulos e subcapítulos), paginação (a primeira página de qualquer TCC é sempre a folha de rosto e nunca a capa interna), numeração progressiva dos elementos textuais, citações, siglas, equações e fórmulas, ilustrações e, por fim, tabelas. As ilustrações devem ser pertinentes ao tema da pesquisa, evitando imagens apenas para “decorar” o trabalho. Qualquer imagem que apareça no texto ou em anexo deve estar diretamente relacionada ao assunto ali tratado, justificando a sua inserção.

Cabe ao pesquisador garantir que a apresentação dos itens do sumário seja idêntica ao que aparece dentro do texto da pesquisa. Por exemplo, a formatação de um título de capítulo no sumário deve ser igual ao título no início daquele capítulo lá no dentro do texto, considerando letras maiúsculas e destaques em negrito e/ou itálico. Deve-se cruzar, também, a numeração das páginas no sumário e no texto para evitar confusão, o que é comum quando essa conferência não é feita.

Muito cautelosamente, a Norma 14724 da ABNT apresenta recomendações, já que as IES podem optar por disposições diferentes na apresentação dos TCCs. O importante é que haja uma padronização e o que for disposto para uma parte do trabalho seja mantido em todas as outras. Isso vale desde pequenos detalhes como a cor do papel (branco ou reciclado bege claro) até marcas tipográficas bem frequentes no texto, como o destaque de título de livros (sugerido o negrito nos exemplos da ABNT e adotado o itálico na maioria das IES).

Mesmo que o pesquisador contrate um revisor, ele deve estar ciente das normas de formatação da sua IES. Dessa forma, ele poderá orientar a revisão nesse sentido e garantir que a formatação fique correta de acordo com os padrões exigidos em seu curso. Dentro da mesma IES, essas normas não variam, não importando o tipo de TCC (artigo, relatório, monografia, dissertação e tese), assunto da nossa próxima coluna. See ya!


Nícea Helena Nogueira é revisora de textos acadêmicos. Doutora em Letras pela UNESP-São José do Rio Preto, SP. Professora de Inglês e Literaturas de Língua Inglesa da Faculdade de Letras da UFJF. Coordenadora Geral do Programa Idiomas Sem Fronteiras (IsF) da UFJF. Licenciada em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Foi Professora Titular e Coordenadora do Programa de Mestrado em Letras, do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF) e Diretora do Centro de Pesquisa na mesma Instituição. Lecionou, também, na Faculdade Suprema, na Unipac e na Faculdade de Direito do Instituto Vianna Júnior. Autora do livro Laurence Sterne e Machado de Assis: a tradição da sátira menipéia, entre outras publicações. Professora de Metodologia de Pesquisa desde 2000.

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