Bernardo Augusto Rocha de Faria

Bernardo Augusto Rocha de Faria Lutador juizforano de Jiu-Jitsu vai para a disputa de seu quinto Campeonato Mundial nos Estados Unidos

Alguns dizem que certas caracter?sticas ou dons j? nascem com a pessoa. Para outros, qualquer sucesso pode ser constru?do do nada, bastando para isso muito treinamento e dedica??o. Palavras como destino, sorte, escolha ou voca??o acabam por ganhar pesos diferentes.

Seja a palavra que for, no caso de Bernardo Rocha, 20 anos, lutador juizforano de Jiu-Jitsu, parece que todas elas se encaixam em sua trajet?ria.

Sua hist?ria com esse esporte surgiu h? sete anos por indica??o de um amigo e desde ent?o criou um curr?culo invej?vel. Entre as conquistas, foi bi-campe?o sul americano (2004/2005) e Campe?o Mundial Absoluto em 2006 (competi??o disputada por lutadores de qualquer idade e pesos de uma mesma faixa, atualmente, Bernardo ? faixa "Marrom").

"Sempre tive vontade de malhar, conhecer alguma luta. Hoje treino todos os dias e conto com um professor (Ricardo Marques) muito s?rio, quando n?o vou, o pessoal da academia at? brinca que estou doente", diz.

Como a vida ? feita de escolhas, o destino tentou levar Bernardo a ser um Engenheiro Civil, mas ele fez quest?o de mostrar que o seu caminho ? ele quem faz, abandonou a faculdade para n?o prejudicar o esporte. "Quando eu comecei a treinar a minha fam?lia n?o ligou muito, mas quando comecei a abrir m?o de outras coisas eles ficaram assustados", revela.

Como resultado, Bernardo segue para o seu quinto Campeonato Mundial, que ser? disputado em Los Angeles, nos Estados Unidos, no final de agosto. Pela primeira vez ele lutar? fora do territ?rio brasileiro. Ele ser? um dos cinco lutadores da cidade que v?o disputar a competi??o.

A paix?o

Treino e mais treino, assim ? o seu dia. Na parte da manh?, prepara??o f?sica, ? noite, o treinamento propriamente dito. Toda essa paix?o tem o seu pre?o, numa idade em que as badala?es s?o sempre uma tenta??o, Bernardo escolheu a disciplina, e se por um lado "perde", por outro ganha uma importante medalha.

"O principal benef?cio ? a auto confian?a. Nesse esporte, muita gente chega t?mido, oprimido e rapidamente j? est? brincando com todo mundo, melhora mesmo. Tudo tem a sua ?poca, deixo para tomar minha cerveja nas festividades de final de ano. Antes eu era muito de noitada e hoje me dedico mesmo ao esporte", afirma.

Um esporte brasileiro?

A origem desse esporte remonta ? China, ?ndia e Jap?o, mas foi no Brasil que a modalidade se desenvolveu e hoje ? o centro mundial do Jiu Jitsu.

Sendo assim, essa modalidade teria tudo para estourar no pa?s, mas a falta de apoio ? uma realidade, aliado a certo preconceito. "Muita gente liga o esporte ? baderneiros, aos "pit boys" (que arrumam brigas) e isso acaba atrapalhando no apoio ao esporte", conta o lutador que ter? um gasto em torno de R$4 mil para a viagem aos EUA e conta atualmente com dois patrocinadores.

Como a vida ? uma incessante busca de sonhos, Bernardo planeja para daqui a 10 anos montar uma academia fora do Brasil e n?o descarta ser lutador de Vale Tudo, seus novos caminhos...

*Guilherme Oliveira ? estudante de Comunica??o Social da UFJF

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