Lutador de jiu-jitsu define respeito como arma na vida
Abner Soares, campeão brasileiro da categoria, sonha em seguir a carreira profissional e aconselha os mais jovens a praticar o esporte para evitar os vícios
*Colaboração
11/5/2010
Adepto do tatame desde os 15 anos, Abner Soares Souza, agora com 20, pratica, além do jiu-jitsu, mais três estilos de artes marciais: o muay thai, o vale-tudo e o submission, um estilo que mistura técnicas da luta livre e do judô. O atleta só compete na modalidade jiu-jitsu e seu maior sonho é seguir o caminho do esporte e se tornar conhecido mundialmente.
O começo no esporte não foi nenhum bicho de sete cabeças, pois sua família já traz na bagagem outros lutadores e incentivadores da modalidade. "Minha família toda treina. Fui educado no tatame." Souza conta que os primos o levaram para a aprendizagem, mas que o maior influenciador e apoiador é o pai. "Como meus primos lutam desde moleques, minha adaptação foi mais fácil. Meu pai me apoia muito nas competições."
Outro que também dá muita força para o desportista é o professor de artes marciais, Ricardo Marques, que, além das técnicas, também ensina valores que o atleta carrega por toda a vida. "Ele aborda o respeito ao próximo, o autocontrole e o estar de bem com o corpo."
Estudante de Gestão Ambiental com formatura agendada para o final de 2010, o atleta ainda não sabe o que vai seguir, já que a paixão pelo esporte é grande. "Ainda estou indeciso. Levo a faculdade a sério, mas como o campo de atuação em Juiz de Fora é restrito, fico na dúvida. Meu maior sonho é fazer da luta um meio de vida. Por isso, estou me preparando para o mundial, que, com certeza, irá abrir muitas portas para minha carreira."
Para os jovens que veem no esporte uma oportunidade de seguir carreira ou mesmo um hobby, Souza dá um conselho e desmistifica a ideia de que a luta gera violência. "Minha mãe sempre me disse que mente vazia, oficina do diabo. O esporte é ótimo para ensinar ao jovem respeito e disciplina. A pessoa deixa de sair para as noitadas, evita consumir álcool e usar drogas. Ela se distancia das más influências", ressalta.
No entanto, Souza diz que há lutadores que se interessam pelo esporte com outros objetivos. "A partir do momento que o atleta treina sério, ele procura adversários apenas dentro do tatame. Porém, existem aquelas pessoas que treinam para aparecer."
Conquistas e planos
Para disputar o mundial, que será realizado entre o dia 3 e 6 de junho, em Los Angeles, nos Estados Unidos, Abner enfrenta uma outra luta, que é pelo passaporte carimbado. Recentemente, ele esteve no consulado a fim de tirar o visto, mas não conseguiu. "Meu visto foi negado pela alegação de falta de documentos. No entanto, tenho certeza de que portava todos eles."
No último final de semana, o atleta se tornou o Campeão Brasileiro de Jiu-Jitsu, em evento realizado no Rio de Janeiro. O atleta, faixa azul, ganhou cinco lutas, sendo duas por pontos e três por finalização, na categoria adulto, peso meio-pesado.
Mais campeonatos no calendário
- 29 e 30 de maio – Campeonato Estadual do Rio de Janeiro Ryan Gracie (sem kimono).
- 17 de 18 de julho – Campeonato de Jiu Jitsu Conde Koma (RJ).
- 22 a 25 de julho – Rio Internacional, Open Jiu Jitsu Championship.
- 30 de setembro – Campeonato Brasileiro de Equipe (local a confirmar).
- 20 e 21 de novembro – Campeonato Sul Americano (Santa Catarina).
*Pablo Cordeiro é estudante do 10º período de Comunicação Social da UFJF
Os textos são revisados por Madalena Fernandes
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