Juliana de Andrade Vitral Bi-campe? brasileira de karat?, a atleta est? entre as 16 melhores do mundo

Thiago Werneck
Colabora??o*
20/06/2007

Primeiro a tentativa de ser ginasta e depois bailarina, mas foi s? quando conheceu o karat? que a menina de nove anos se apaixonou e escolheu a modalidade que iria praticar. ? assim que come?a a hist?ria de Juliana Vitral no esporte. Atual bi-campe? brasileira de karat?, ela ficou entre as 16 semi-finalistas do Campeonato Mundial na Austr?lia em 2006.

Apesar do excelente desempenho, Juliana n?o pode representar o Brasil nos Jogos Pan Americanos do Rio. Explica??o: h? v?rios estilos de karat? no mundo e com a diversidade, existem v?rias Confedera?es do esporte. Cada uma delas organiza suas competi?es independentes uma das outras. No caso do karat?, o Comit? Ol?mpico Internacional reconhece WKT, Federa??o Mundial do Karat?, como a organizadora do estilo de karat? que se enquadra nos moldes de atividade ol?mpica.

Os t?tulos da atleta juizforana vieram pela JKA, onde acontecem lutas de duas modalidades do karat?: Kat? (fotos abaixo, laterais) e Kumit? (foto abaixo, ao centro). Em ambas, Juliana ? bi-campe? brasileira. Na primeira delas, a atleta apresenta, sozinha no tatame, uma seq??ncia das 26 seq??ncias de golpes. J? no kumit? acontece o combate entre os dois lutadores.

Juliana praticando karat? Juliana praticando karat? Juliana praticando karat?

Por isso, h? diferen?as do karat? que Juliana pratica, em rela??o ao que vai ser disputado nos Jogos Panamericanos. A karateca destaca que a modalidade que ? considerada ol?mpica d? mais ?nfase ao combate do que para a pr?pria arte macial. "Na WKT, ? levado em conta mais esse esp?rito esportivo. Na JKA, por exemplo, ? mais t?cnico. Nela, a gente tem que trabalhar mais sua disciplina e auto controle. Uma diferen?a, por exemplo, ? que quando voc? atinge o oponente voc? tem que saber segurar o golpe, para n?o ating?-lo com muita for?a", explica.

E para ser campe? os treinos s?o puxados. Juliana treina tr?s vezes por semana e intensifica os trabalhos nos meses que antecedem as competi?es. "Para fazer karat? tem que haver muita dedica??o, perseveran?a e for?a de vontade. Quando se aproxima o campeonato a gente treina de segunda a s?bado. Para conciliar isso com os estudos tem que haver muito esfor?o", destaca.

Conquistas

Juliana no p?dium com outros lutadores O podium j? virou rotina para Juliana. S?o v?rios os t?tulos de Campeonato Mineiro e desde de 2001 ela garantiu sempre lugar entre os quatro primeiros do Campeonato Brasileiro. T?tulos e coloca?es de destaque que foram conquistados tamb?m pela Confedera??o Brasileira de Karat?-do Tradicional, outra confedera??o desta arte macial.

Juliana compete nas categorias: fuguk?, mista de kat? e kumit?; kat? em equipe, onde apresenta seq??ncia ao lado de mais dois karatecas; enb?, onde a luta ? simulada com golpes j? ensaiados. Em todas essas modalidades Juliana tem suas medalhas e o pr?ximo podium ela espera que aconte?a no Uruguai. ? l? que ser? disputado o Sul-americano de karat? da JKA.

O come?o

Depois fazer gin?stica ol?mpica e come?ar a fazer bal?, Juliana cismou que queria fazer karat? no col?gio. Tanto foi a insist?ncia com os pais, que eles a deixaram lutar, conciliando o esporte com o bal?. J? com nove anos, a atleta ensaiava seus primeiros golpes e, em 2000, passou a se dedicar exclusivamente a arte marcial.

A princ?pio, Juliana lutava nas competi?es locais, entre col?gios da cidade. Em 2000 ela disputou seu primeiro Campeonato Mineiro e da? para frente n?o parou mais. O primeiro podium aconteceu no segundo lugar, Campeonato Mineiro de 2000, na categoria enb?. Aos poucos outras conquistas surgiram, at? chegar no seu melhor momento: a disputa dos Campeonato Mundial de Karat? na Austr?lia.

Juliana praticando karat? Juliana praticando karat? Juliana praticando karat?

Na terra do Kanguru, Juliana passou por um per?odo intenso de treinos com dois t?cnicos da Sele??o Brasileira. "Aprendi muito treinando com eles. Sem d?vida foi inesquec?vel. Deu at? para conhecer alguns pontos tur?sticos de Sidney, mas o treinamento foi intenso. Poder ver os melhores lutadores do mundo em atividade foi sensacional. E ser uma semi-finalista, ficando entre os 16 primeiros foi um resultado muito bom, que eu nem esperava", destaca.

Desafios

Juliana concentra as for?as agora para o Sulamericano no Uruguai. A expectativa dela ? treinar cerca de quatro meses para competi??o que acontece em Montevid?u, no princ?pio de outubro. Juliana observa que retomar a prepara??o mais pesada n?o ? nada f?cil. "Agora tenho que pegar forma f?sica e garantir meu f?lego. Ent?o, essa etapa ? de corridas no Centro Ol?mpico da Universidade Federal de Juiz de Fora. Para ganhar resist?ncia e explos?o, subo e des?o arquibancadas correndo, tiros de cem metros e voltas sobre a pista"

Juliana praticando karat? Juliana praticando karat? Juliana praticando karat?

Juliana ressalta que, mesmo com os bons resultados, o patroc?nio ? maior dificuldade para esporte hoje. "S?o raros os que vivem profissionalmente do karat?. S? mesmos quem opta por dar aula consegue. Os custos para as competi?es s?o bancados pela minha fam?lia, uma vez ou outra tem um patroc?nio. Por exemplo, para o Mundial sei de pelo menos uns oito lutadores da cidade que n?o foram por quest?es financeiras. Eu consegui fazer a viagem para a Austr?lia gra?as ao meu pai-troc?nio", brinca.

Mesmo com as dificuldades, Juliana, hoje com 17 anos, ainda pensa ficar por um bom tempo no esporte. "Quero fazer o curso de comunica??o e manter minhas atividades. Mais para frente minha vontade ? poder dar aulas de karat? e ajudar a divulgar o esporte na cidade", completa Juliana.

*Thiago Werneck ? estudante de Jornalismo da UFJF



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