Abram alas para a emo??o

Ricardo Corr?a Ricardo Corr?a 03/03/06

Foram-se as serpentinas e os confetes. Ficaram as lembran?as do som da bateria, dos trios el?tricos, da confus?o das ruas e dos hits do ver?o. O carnaval j? passou na avenida, mas, em um ano rico para o esporte, as principais alas ainda v?o passar. De nossas esperan?as no Tupi, em Juiz de Fora, ao sonho do hexa, na Alemanha, muitos destaques tentar?o dar seu show na passarela.

Vil?es e her?is ganhar?o vida e, ao final de tudo, descobriremos que mais uma vez nos emocionamos com um simples gol, um grande t?tulo, uma frustra??o imposs?vel de engolir ou apenas alguns instantes de esperan?a. ? como na avenida, em que um ano de trabalho costuma estar em jogo em alguns minutos, segundos, ou porque n?o mil?simos deles em alguns esportes.

Na comiss?o de frente dos Unidos do Esporte em 2006, o Tupi come?ou ganhando nota 10. Mas h? que se lembrar que nem todos os jurados est?o no in?cio da passarela, e o principal julgamento no futebol sempre foi o ?ltimo. Aquele que se d? na reta final. Com o qual se perde ou se ganha o carnaval. Bem verdade que a ala preta e branca passou por dificuldades. Por pouco n?o entrou na avenida, mas deu a volta por cima. O que se espera, no entanto, ? que tudo n?o seja mera fantasia.

J? chegando na passarela, e apresentando novidades, a F?rmula Um, mesmo sem destaques no pa?s h? alguns anos, continua dando samba no Brasil. E esse ano, a mon?tona situa??o dos pilotos brasileiros promete mudar. Se v?o ganhar pontos nessa evolu??o ainda iremos saber, mas o certo ? que as novas alegorias de Rubens Barrichello e Felipe Massa podem nos dar um m?nimo de esperan?a de que ainda podemos sonhar com vit?rias verde-amarelas nas passarelas de asfalto pelo mundo.

Mas o momento mais esperado do desfile de 2006 certamente ser? travado na Copa do Mundo de 2006. Em busca da sexta estrela, como j? dizia o enredo da Mocidade Alegre Independente do S?o Mateus, que por sinal venceu o carnaval no grupo de avalia??o em JF, vamos nos embalar. Os cora?es ir?o pulsar como baterias, inverso do que fez o Salgueiro na avenida. Se a vit?ria chegar, o carnaval vai durar at? dezembro, ou quem sabe at? a pr?xima Copa. Se n?o surgir, a atmosfera em que vivem os apaixonados por futebol pode se tornar uma eterna Quarta-feira de Cinzas. Pelo menos durante quatro anos, quando nova escola entrar? na avenida.

Seja com a velha guarda, ou com os passistas mirins, que est?o debutando com a camisa verde-amarela, Parreira sabe que o desfile n?o se ganha na concentra??o. De nada adianta ter os melhores destaques, as melhores alegorias e o maior n?mero de t?tulos, se na hora a harmonia n?o funcionar.

Saber? ele, por?m, que do lado de c? do mundo, estaremos, como porta-bandeiras, estampando o orgulho do pavilh?o brasileiro, mesmo que seja apenas por uns meses e por uma raz?o: somos a rep?blica do futebol. Podemos at? guardar a bandeira depois, mas continuaremos nos remoendo por dentro, afinal, o amor pelo esporte nunca foi, e nunca ser?, como um amor de carnaval.


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