Um dia na Copa do Mundo
Sempre sonhei em assistir a um jogo de Copa do Mundo, em um estádio. Fã confesso do torneio que sou, tentei ingressos, em vão, em todos os sorteios da Fifa. Mas o sonho de ver um jogo não estava morto, e mesmo que fosse necessário gastar um pouco mais, valeria a pena.
Sempre me falaram que sonhos não têm preços. Corri atrás, encontrei ingressos - mais caros que os que são vendidos nos pontos de venda, e acabei cedendo. Fui a um jogo morto, com a Costa Rica já classificada para as oitavas de final e a Inglaterra eliminada, em Belo Horizonte (MG).
Em si, o jogo foi como o esperado. Futebol ruim, duas equipes totalmente desinteressadas em se expor diante da falta de perspectiva para a partida. Acabou no 0 a 0, mas isso pouco importou.
A Copa, em si, superou minhas expectativas. Fantástico o envolvimento de torcedores de todas as partes do mundo! Fui ao Mineirão de BRT (ônibus, transporte público) e me surpreendi com a eficiência. O terminal da Savassi estava com vários ônibus disponíveis, e a espera não foi nem de 10 minutos, mesmo com uma longa fila. Por R$ 15, paguei a ida e a volta. Na fila mesmo, já conversei com alguns torcedores ingleses sobre futebol, times brasileiros, ingleses e o que estavam achando do nosso país - e todos disseram estar adorando.
A Savassi fica longe do Mineirão, cerca de 10 quilômetros, e o trajeto demorou uns 40 minutos na ida. A faixa exclusiva funcionou bem neste horário, dando pra fugir do trânsito. Cheguei à Lagoa da Pampulha, o desembarque, por volta de 12h. A única ressalva foi a distância que tive que caminhar a pé - cerca de 2 quilômetros, o que fez com que entrasse no estádio faltando cinco minutos para o início da partida.
Não tive problemas para entrar, mesmo com o ingresso no nome de outra pessoa. Minha irmã entrou com ingresso com nome de homem, e também passou super tranquila. Dentro do Mineirão, a sinalização funcionou bem. Os produtos das lanchonetes duraram até o fim do jogo e não tive problemas para encontrar meu lugar - já definido através do ingresso. O grande problema do estádio foi o famoso feijão tropeiro, comida típica mineira, ser vendido em apenas uma barraca, que estava a três portões de onde entrei. Tive que dar meia-volta no Mineirão para conseguir experimentar, e não é que valeu a pena?!
Na volta para a Savassi, novamente um caminho sem problemas. A fila para o coletivo, desta vez, demorou um pouco mais, mas também fluiu rapidamente. O trajeto de volta, no entanto, foi mais demorado devido ao trânsito da capital, já que estava aproximando o horário de pico.
No ônibus, uma família de colombianos divertiam a todos acompanhando o jogo por um lance-a-lance através do celular. Quando marcaram o primeiro gol, a festa foi comandada com gritos de "Colômbia" para quem passasse nas ruas, inclusive de brasileiros e ingleses, todos solidários ao sofrimento daqueles que não puderam assistir à própria seleção, para ver um jogo de Copa do Mundo.
Em tempo, uma pequena confusão envolvendo brasileiros e ingleses aconteceu na arquibancada, mas a tropa de choque da Polícia Militar agiu rapidamente, e sem que fosse preciso retirar um torcedor do estádio, conteve os ânimos.
Aí eu te pergunto: a segurança funcionou, o transporte público funcionou e a organização funcionou. Por que não deixamos como "legado" da Copa o "padrão FIFA" para nossa sociedade? Que o tempo responda sim para a minha pergunta!
Lucas Soares é natural de Juiz de Fora, é jornalista formado pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora em dezembro de 2012 e apaixonado por futebol. Atualmente, é aluno de pós-graduação em Jornalismo Multiplataforma na Universidade Federal de Juiz de Fora, Repórter no portal Acessa.com e Editor-chefe do blog Flamengo em Foco. Já atuou em veículos impressos da cidade e como assessor de imprensa na PJF e na Câmara Municipal.
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