Quarta-feira, 11 de maio de 2011, atualizada às 12h57

Tupi herda vaga para disputar a Série D do Brasileirão, mas pode ficar de fora por falta de apoio e inviabilidade econômica

Victor Machado
*Colaboração

O Tupi foi pego de surpresa na tarde desta terça-feira, 10 de maio, com a possibilidade de disputar a Série D do Campeonato Brasileiro 2011. O América de Teófilo Otoni divulgou uma nota oficial, assinada pelo administrador geral do clube, desistindo da participação do torneio. Com a desistência, o Carijó, que foi sexto colocado no Campeonato Mineiro, herda a vaga para a competição nacional. No entanto, a diretoria do clube juiz-forano não garante a participação no torneio.

Segundo o vice-presidente do Tupi, José Roberto Maranhas, haverá uma reunião entre a diretoria do clube nesta quinta-feira, 12 de maio, para discutir a viabilidade econômica do projeto. "Já tínhamos desistido de participar, porque tanto o América quanto o Villa Nova tinham confirmado a participação. Fomos pegos de surpresa e temos que analisar o que é possível."

Maranhas questiona o apoio que o Tupi recebe durante as competições do segundo semestre. "Todos os anos ficamos sozinhos nessa batalha. Percebemos que o público não agrada, ficando abaixo de mil pessoas, a Prefeitura não apoia e os empresários não têm interesse. Por que vamos ficar em um projeto que ninguém apoia?" O vice-presidente garante que, caso o clube não perceba o envolvimento da cidade, não participará da competição. "Este ano vamos deixar bem claro que sem apoio não vamos participar. Vamos nos reunir e ver o investimento necessário, para depois apresentar aos possíveis parceiros."

Caso o Tupi opte por participar da competição, terá que refazer o elenco. De acordo com o dirigente, após a confirmação de América e Villa Nova de participarem do torneio, todos os jogadores foram dispensados. "O investimento ficar maior, porque temos que contratar um elenco inteiro. Mas vamos analisar todas as possibilidades."

Déficit financeiro

De acordo com a nota oficial do time de Teófilo Otoni, os fatores que influenciaram para a desistência do América foram um déficit de aproximadamente R$ 150 mil na disputa do Campeonato Mineiro de 2011, a necessidade de um orçamento mínimo de R$ 400 mil para a disputa, apenas da primeira fase da Série D, a impossibilidade do dirigente se dedicar ao projeto do clube durante o tempo mínimo necessário para mobilizar a cidade, empresários e políticos, e as dificuldades de mais arrecadações de publicidade e anúncios na camisa e estádio, já que os contratos atuais vão até o fim de 2011 e toda a verba arrecadada foi investida no Campeonato Mineiro.

Maranhas comenta que os números apresentados na nota oficial do América de Teófilo Otoni são um retrato do futebol do interior. Segundo ele, todos os clubes apresentam déficit financeiro ao final da competição estadual. "Alguns times ficam devendo mais porque apostam em projetos arrojados e caros. O Tupi se controlou e um gasto de R$ 130 mil por mês. O América com certeza deve ter ficado acima dos R$ 200 mil." O dirigente afirma que a política do Tupi é de investimentos dentro do padrão possível de pagamento do clube e tem apresentado resultado com boas colocações nos últimos anos.

Segundo a assessoria de comunicação do clube, a desistência foi informada em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 11 de maio. Até o momento o ofício para desistir não foi enviado à Federação Mineira de Futebol (FMF). O América de Teófilo Otoni tem até a sexta-feira, 20 de maio, para confirmar a decisão.

*Victor Machado é estudante do 7º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken


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