Quando iniciou a carreira no futebol, Allan Taxista não imaginava o que vinha pela frente, muito menos que faria um gol em uma final de Campeonato Brasileiro, calando 60 mil pessoas no Arruda e colocando seu nome no Hall da Fama do futebol juiz-forano.
Apaixonado pelo esporte, depois que se aposentou dos gramados, Allan fundou o Esporte Clube Villa Real, que carrega no nome uma homenagem a Juiz de Fora. Segundo a assessoria de imprensa do clube o “Villa”, vem de Vila Santo Antônio do Paraibuna (hoje Bairro Santo Antônio), e o “Real” de Estrada Real, que corta o bairro que inicialmente receberia o Centro de Treinamento do Clube. Além do nome, o Villa Real procura valorizar os atletas da cidade e mostrar para os juiz-foranos que o material humano local é muito rico.
Wellington Miranda, um dos sócios e amigo de infância de Allan topou o desafio logo de início “O Allan é uma pessoa honesta e eu invisto em algo que acredito que é o esporte. Através do futebol, mesmo que eu não consiga tornar um jovem muito renomado, posso ajudá-lo a ser uma pessoa melhor” relata Miranda. Para ele, valorizar os atletas de Juiz de Fora é muito importante “Eles vivem em comunidades que, às vezes, não tem oportunidades e estamos dando essa oportunidade aqui! Isso tá acontecendo e é a nossa realidade” finaliza.
No início de 2022, o Villa, carinhosamente apelidado de time do povo, disputou sua primeira competição oficial, a Copa Regional Zona da Mata e foi campeão invicto da mesma, mostrando que é possível jogar um bom futebol com pessoas locais e valorizando o material humano que existe em Juiz de Fora. Segundo Allan, essa é a forma de se tornar uma referência para os novos jogadores. “Nosso intuito desde o começo é mostrar a importância de deixar um legado na carreira o que acabou acontecendo com essa conquista” conta Allan.
Rumo à Segundona do Campeonato Mineiro
O principal objetivo do Villa Real é a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro e para isso ele precisou se estruturar. Além de atletas locais, o clube conta também com uma Comissão Técnica formada por juiz-foranos. Um deles é Rafael Novaes, treinador do time. Ele conta que a expectativa para o Mineiro é ter uma boa performance e representar bem o nome de Juiz de Fora. “Queremos mostrar para todos que é possível ter uma base com atletas locais, que em sua maioria vieram de bairros bem problemáticos. Temos atletas que estão com sangue no olho, que querem a oportunidade e acredito que isso será um grande diferencial”. relata Novaes.
O desafio do Villa pela frente não será fácil e um dos obstáculos é a restrição de idade proposta pela Federação Mineira de Futebol (FMF) para a competição. Os clubes podem relacionar somente cinco atletas acima dos 23 anos por partida. Sobre esse desafio, Rafael analisa. “Teremos que ter paciência para pensar nas peças que temos acima da idade e encaixar no esquema. Terão jogos que precisaremos manter os que jogam no sistema defensivo em outros os que jogam no ofensivo. Sabemos que o campeonato é para os atletas abaixo de 23 anos quem vem acima da idade chega para suprir carências. Para encaixar estamos quebrando a cabeça, mas está dando tudo certo e vamos fazer o possível para buscar esse equilíbrio para que dentro da competição possamos trabalhar com os acertos que foram potencializados na preparação”. explica o treinador.
A preparação física dos jogadores fica por conta de outro juiz-forano, Leonardo Toledo, e segundo o profissional essa parte é de suma importância para o que vem pela frente “O campeonato tem um caráter muito físico, com jogadores mais fortes e que já atuaram em outras competições o que torna o jogo mais pegado e difícil. Nossa periodização é toda estruturada pensando no que vem pela frente, tanto nos jogos em casa quanto fora”. analisa Toledo.
O clube possui um grupo bem heterogêneo, com atletas que já atuaram em alto nível e outros que disputarão, pela primeira vez, uma competição profissional. Sobre isso, Leonardo ressalta “Temos uma discrepância física significativa, mas com o tempo certo de preparação e periodização conseguiremos fazer com que cada atleta chegue em seu nível máximo de performance física na competição. Focamos também em um trabalho específico, de adaptação para que não ocorra nenhum tipo de over-tranning nem lesões, fazendo com que o profissional suporte a temporada e atinja o objetivo que é chegar em sua melhor forma no campeonato”.
A estreia do Time do Povo no Campeonato Mineiro será, em Juiz de Fora, no dia 7 de agosto, domingo, às 11h no Estádio Municipal Mário Helênio.
Colaboração da Treinee Isabella Oliveira do 8° Período de Jornalismo do Centro Universitário Estácio Juiz de Fora
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