Pelo fim da "Era Cloves Santos"
Caros amigos e amigas. A temporada nem começou e a crise já começa a rondar Santa Terezinha. Afinal de contas, são três jogos no Mineiro, e três derrotas. O que já deixa praticamente afastado qualquer chance de classificação do Tupi para as semi finais, e, consequentemente, nos deixa apreensivos sobre a participação do time na Série B do Brasileiro. Na maioria das vezes, nós, jornalistas e torcedores, colocamos a culpa do fracasso exclusivamente nas mãos dos jogadores e treinadores. Porém, esquecemos que acima disso, há uma grande estrutura que também deve ser questionada: a diretoria.
Há alguns anos, com exceção de 2013, o departamento de futebol Carijó vem sendo comandado por Cloves Santos. Primeiramente, queria deixar claro que essa analise é puramente profissional, até porque, não conheço sua vida pessoal, e não é minha função julgar o que ele faz ou não fora do Tupi. Ao longo do tempo em que está a frente do clube, algumas conquistas vieram, como o acesso à Segunda Divisão nacional. Contudo, há muitas polêmicas pelo caminho.
Como mostra a excelente reportagem do meu colega Bruno Ribeiro, nos últimos cinco anos, onze treinadores já passaram pelo Alvinegro! E, o único ano em que um técnico começou e iniciou o trabalho, foi justamente quando Cloves não estava à frente do futebol. Além disso, gosto sempre de pontuar algumas posturas arrogantes que possui, principalmente com a imprensa, como no ano passado, em que, após uma matéria publicada pelo Globoesporte.com, onde se noticiava salários atrasados do time, houve um voto de silêncio dos jogadores e da diretoria, e quando ele foi falar, "desceu o cacete" na imprensa e no trabalho que estávamos fazendo.
Sou uma daqueles pessoas que acredita que se não fosse por nós, o futebol nunca teria chegado ao status que possuí hoje em dia. Afinal de contas, quem leva o futebol aos lugares mais remotos do Brasil? Quem é responsável pela maior parte do faturamento de um clube atualmente? Não que isso nos faça "deuses" do futebol, mas é necessário ter respeito com a imprensa, situação que poucos momentos Cloves teve. Sua má vontade em entrevistas e em coletivas são perceptíveis. Não foram poucas as vezes, na época que estava na CBN Juiz de Fora, que ele prometia uma entrevista ao vivo, e na hora, desligava o celular e comprometia todo o andamento do programa.
A última do treinador, sem sombra de dúvidas, foi a demissão de Júnior Lopes. Não que viesse fazendo um bom trabalho, já que venho questionando, desde sua contratação, os rumos que o Galo vem tomando. Todavia, uma situação me deixa bem apreensivo, a forma como toda a situação foi tratada. Pelo o que sabemos, havia um acordo dos jogadores com a comissão técnica para que a reapresentação do elenco acontecesse na terça-feira de carnaval. Como o time jogou sábado, e saiu derrotado pelo Uberlândia, dentro de casa por 1 a 0, Cloves, junto com a diretoria, resolveu pedir o adiantamento da apresentação para a segunda-feira. Até aí, tudo bem. Mas, cada parte, Cloves e Júnior, tem uma versão diferente de como aconteceu a conversa. Se olharmos pelo histórico, veremos que não é a primeira vez que isso acontece. A outra, foi com Wilson Gottardo, em 2014. Pois bem, analisando as entrevistas e conversando com alguns colegas da imprensa, chego a conclusão que a atitude de Lopes foi a correta. Querendo ou não, quem manda na parte logística de apresentação e folga de jogadores é a comissão técnica. São eles que sabem dos desgastes dos atletas e o melhor tempo de recuperação. Não cabe a diretoria se intrometer e querer mudar todo o planejamento. Assim como disse o ex-treinador, um treino a mais ou a menos não faria diferença.
Outro ponto que reforça a minha tese de que é necessária a saída do Vice-Presidente do Conselho Gestor é o tratamento com a torcida. Várias são as entrevistas em que condena a postura dos amantes do Galo. Todos sabemos que Juiz de Fora não apoia o Tupi como merece, mas, isso não vai ser mudado com essa postura? É preciso apoiar os que já vem, e fazer de tudo para trazer aqueles que vão "de vez em quando". O plano de sócio-torcedor não é bom, os ingressos poderiam privilegiar aquele torcedor que sempre vai ao Mário Helênio, e não se vê divulgação do clube nas redes sociais e nos meios de comunicação. Sem contar que, a loja do clube, foi pouco divulgada para a população.
Por fim, deixo claro que não tenho nenhum problema pessoal com Cloves Santos. Acredito que em alguns momentos da vida é necessário entender que o ciclo se encerrou. Toda vez que a situação aperta, ele fala que vai sair e que não precisa do Tupi para ganhar a vida. Parece, nessas declarações, que ele está lá para fazer um favor ao clube. E é claro que isso não é justificável. A instituição é muito maior que apenas uma pessoa. Além disso, há várias outras situações que não foram explicadas no tempo em que está a frente do "Fantasma do Mineirão". 40 mil foram roubados do clube (sem solução); Descaso com Ademílson (desrespeito com o torcedor); Promessa de reforma em Santa Terezinha (nada até agora); Dívidas com vários jogadores e funcionários (vários processos trabalhistas na Justiça). Cloves, não é arrogante pedir para sair, é humildade reconhecer que um ciclo se encerrou.
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Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras", estagiário da Rádio CBN Juiz de Fora e editor e apresentador do programa Mosaico é nascido e criado em Juiz de Fora.
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