Por meio de coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (28), a Polícia Civil divulgou o número de whatsapp (31)99141-6954, por meio do qual as pessoas podem tirar dúvidas e ter acesso a uma série de orientações a respeito do combate à violência contra a mulher. O projeto de atendimento por meio de uma assistente virtual foi batizado de “Chama a Frida” e foi elaborado por uma escrivã que atua no município de Manhuaçu. As pessoas podem salvar o número e iniciar a conversa com um ‘oi’. A aplicação vai enviar uma série de perguntas, por meio das quais as orientações são encaminhadas.
Conforme ressaltou a delegada da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Carolina Magalhães, a plataforma, desenvolvida por mulheres para atender mulheres, visa ao fortalecimento da rede de proteção e pode ser utilizada, também, por quem deseja realizar denúncias de situações contra terceiros. “O aplicativo recebe uma mensagem que diz que a vizinha é quem está sendo alvo de violência. Pedimos que a pessoa deixe o contato e de forma anônima encaminhamos para a investigação”, explica.
Quem apresentou o novo canal de comunicação foi a chefe do 4º Departamento de Polícia Civil, delegada-geral, Flávia Mara Camargo Murta. Ela frisou a facilidade e simplicidade da medida, que é acessível por poder ser acionada em qualquer smartphone. “A Ana Rosa, escrivã da Polícia Civil de Manhuaçu, percebeu que as mulheres não estavam comparecendo à Delegacia durante a pandemia. E nós sabíamos que o número de ocorrências tinha aumentado. Foi a partir dessa percepção, que ela começou a desenvolver a assistente virtual.” Flávia comentou que o dispositivo já recebeu sete premiações nacionais e uma internacional, na Alemanha.
“O ‘Chame a Frida’ foi trazido para Juiz de Fora, neste mês da mulher, como mais uma alternativa para o combate à violência contra a mulher. O fato de ter sido criado por uma escrivã é interessante para que as pessoas percebam o quanto a Polícia Civil tem valorizado o trabalho, independente de quem traga. Temos que estar com os ouvidos atentos para que possamos trazer maiores oportunidades para esse enfrentamento”, avaliou a chefe do 4º Departamento. A ideia, segundo ela é permitir que as mulheres tenham acesso a informações importantes, como distinguir os graus de violência, os gêneros de violência-sexual, patrimonial, psicológico, físico, entre outros- além de poder encaminhar, como abrir chamados, agendar o pedido de medidas protetivas e, acima de tudo, promover um atendimento cada vez mais humanizado.
“Nossa intenção, nesse primeiro momento, é sentir como a Frida vai funcionar, porque não está só em JF está em outras cidades. Em cada uma delas tivemos que fazer pequenas adaptações, para que o projeto se enquadrasse de uma forma ainda melhor. Em Manhuaçu os índices de violência diminuíram muito. Além de a Frida ser uma ótima ferramenta, a população, o comércio abraçaram o projeto. Temos propaganda no pacote de pão, no ônibus, quanto mais fica visível, quanto mais saibam, mais ela intimida o agressor, porque ele sabe que existe um movimento para a proteção da mulher.” Ela reforça que o objetivo é alcançar um resultado semelhante em Juiz de Fora.
Unidade Portátil de Rastreamento (UPR)
Outro dispositivo que foi apresentado pela Polícia Penal, que integra o ferramental de medidas que podem ser adotadas para a proteção da mulher, é a Unidade Portátil de Rastreamento (UPR). Além do cumprimento da pena e das sanções a quem comete a violência contra a mulher, é necessário promover medidas para que os agressores possam ser informados e capacitados e, dessa forma, quando retornarem para a sociedade, não voltem a cometer outras violências, como forma de prevenção, mas também é necessário manter o monitoramento após a sanção.
De acordo com a coordenadora do Núcleo Regional de Gestão de Monitoração Eletrônica do Sistema Penal, Maria Gorete Motta. A instalação de tornozeleira eletrônica é pioneira no município, que foi a primeira cidade fora da Capital a contar com os aparelhos. O que ocorre desde 2019. O trabalho é feito com dois equipamentos. Um é a tornozeleira, que é um dispositivo ostensivo, ou seja, é usado para que seja visível para as outras pessoas. O outro aparelho é a Unidade Portátil de Rastreamento, que é disponibilizado para as vítimas.
A UPR precisa ter uma manifestação de interesse da vítima e uma liberação judicial para que possa ser adotada. Esse aparelho não é ostensivo, precisa estar junto com a mulher, mas pode ser guardado em uma bolsa, por exemplo. A mulher mantém o UPR carregado, cadastra um número de telefone e, se estiver na iminência do perigo, é avisada da aproximação. “ Caso tenha necessidade, há a ferramenta do botão do pânico. Ela pressiona e é socorrida pelas polícias. É uma ferramenta muito bacana, muito importante, como um mecanismo que veio auxiliar no combate à violência. O que proporcionamos é colocar todas as ferramentas possíveis para o bem-estar da mulher”, explica Maria Gorete Motta.
A chefe do 4º Departamento de Polícia Civil, Flávia Murta, ressalta que esse equipamento é liberado de forma limitada, sendo destinado a casos específicos, nos quais há a identificação da necessidade de um cuidado maior por parte da Justiça.
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