Mulheres conquistam mercado de trabalho
Ao longo dos ?ltimos dez anos, as mulheres assumem fun?es de chefia
e ocupam cargos que antes eram s? privil?gio do sexo masculino
S?lvia Zoche
Rep?rter
11/05/06
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J? n?o tem como voltar atr?s - felizmente. A mulher ? indispens?vel no mercado de trabalho. Mesmo que as desigualdades ainda existam, pesquisas mostram que nos ?ltimos 10 anos, a presen?a feminina nas empresas aumentou surpreendentemente, como mostrou a pesquisa realizada pelo Cadastro Catho.
Apesar disso, observaram que as pequenas empresas possuem mais funcion?rias mulheres do que as grandes, isso sem falar que a atua??o delas ? mais solicitada na ?rea de humanas - Recursos Humanos, por exemplo - do que na exatas - caso da Engenharia. E nos ?ltimos dois anos, houve um aumento no n?mero de empresas coordenadas por mulheres.
Empres?rias de Juiz de Fora
Para a farmac?utica e bioqu?mica, Lucimar Las Casas (foto ao abaixo), fazer parte do
mercado como empres?ria come?ou h? dez anos. "O sonho de montar meu pr?prio
neg?cio sempre esteve nos meus planos. Trabalhei a vida inteira para ter algo
meu", afirma.
O crescimento veio de uma busca e pr?tica constantes em aprimorar-se. Tanto que, assim que se formou na faculdade, buscou trabalho em S?o Paulo no ramo industrial. "Na ?poca, era uma ?rea da Farm?cia e Bioqu?ca n?o t?o visada em Juiz de Fora". E foi S?o Paulo o ?nico lugar que encontrou dificuldade por ser mulher. "Num mesmo emprego, apareciam tr?s vagas para homem e uma para mulher", conta. Mas isso n?o a fez desisitir. Conseguiu emprego e por l? ficou durante um ano.
De volta ? Juiz de Fora, foram mais oito anos trabalhando em uma farm?cia de manipula??o. "Fiz de tudo, desde a manipula??o de f?rmulas, atendimento a clientes, a administra??o de caixas, contrata??o de funcion?rios. Isso me deu experi?ncia suficiente".
Foi, ent?o, que ela sentiu que era hora de realizar seu sonho: ter a pr?pria empresa. "Nunca tive s?cios, mas contei com a ajuda da minha m?e e da minha tia na hora do atendimento direto. O dia que vendemos R$ 100 para um cliente, nossa, foi uma festa. Acredito que, naquela ?poca, era muito mais f?cil de abrir uma farm?cia de manipula??o do que hoje. As exig?ncias aumentaram muito", comenta. Atualmente, ela possui 40 funcion?rios e, se antes produziam 10 f?rmulas por dia, hoje chegam a 300, 350 por dia.
Para melhorar seu trabalho na ?rea administrativa, ela fez p?s-gradua??o em Marketing. "Tive ajuda de meu marido, que ? administrador. Na parte financeira nunca tive problema. Mas a parte de lidar com os funcion?rios ainda ? dif?cil. Minha irm? brinca e diz que administrador n?o pode ter cora??o, mas eu tenho (risos). Para eu mandar algu?m embora, s? se me fizer muita raiva. Mas j? melhorei", revela. Seu pensamento ? continuar a expans?o dos neg?cios, "mas sem filial". Sua id?ia ? aumentar a loja para os lados. "No in?cio, era uma loja, agora s?o tr?s".
O caso de D?ris Soares (foto ao lado) foi diferente. Ela n?o pensava em montar uma lanchonete. J? trabalhou em diversos ramos, como malharia e ?tica. "Muito tempo depois, tive a oportunidade de trabalhar por conta pr?pria, em uma loja de frios, em Belo Horizonte".
Na d?cada de 1990, D?ris voltou a Juiz de Fora para acompanhar o tratamento da m?e. Em 1992, abriu uma lanchonete em sociedade. O sucesso nos neg?cios, segundo ela, veio por acompanhar "tudo de perto, desde a produ??o at? a satisfa??o dos nossos clientes. ? claro que, honrando os compromissos trabalhistas e todos os acordos firmados com nossos fornecedores, conquistamos respeito e credibilidade", enfatiza.
O mais complicado foi conquistar a confian?a. "Neste mercado t?o competitivo e delicado, como o da alimenta??o, ? imprescind?vel a qualidade total. Por isso, manter-se nele pode ser o resultado de muito trabalho", diz. Se no in?cio, havia o receio de trabalhar no ramo aliment?cio, por envolver "a sa?de das pessoas", agora, ela v? o aumento das exig?ncias, tanto dos clientes quanto de leis sanit?rias, como um benef?cio.
Mesmo na ?rea de moda h? muitos anos, Patr?cia Alvim (foto abaixo) resistiu em montar uma empresa. "Sempre estive neste ramo, tanto como modelo, como produtora de moda, dando aulas de modelo, manequim, maquiagem, etiqueta... Quando parei com as aulas, as pessoas me procuravam e eu acabava indicando para as ag?ncias".
At? que um dia encontrou algu?m que a convenceu a abrir uma empresa. "A Gisele dizia que eu tinha tudo nas m?os e devia montar uma ag?ncia. Eu sabia da necessidade, mas eu fazia muita coisa ao mesmo tempo. Mas ela n?o quis saber e me empurrou", ri. E, segundo ela, valeu a pena. S?o quase cinco anos no mercado com um casting de 250 modelos. "J? comecei com muitos modelos padr?o. Depois, o mercado foi exigindo pessoas com o rosto comum. Hoje em dia, tenho os dois".
As complica?es que enfrentou estavam de longe de ser administrativas. "Contei com a ajuda do J?lio (Zanini). Ele sempre foi um parceiro. Quando parou de agenciar, ele me passava os modelos dele. O mais complicado foi lidar com os modelos. Antes, eu n?o era a contratante e passei a ter que controlar os hor?rios, chamar a aten??o dos modelos para n?o chegarem atrasados e tamb?m me deparei com a vaidade de outras ag?ncias da cidade, que querem o mesmo trabalho que o seu. Com o tempo, consegui me distanciar disso", afirma.
Estr?ia
"Profissionalizar". Esta ? a palavra-chave para Silvana Rocha que
possui, com duas s?cias, dez funcion?rias revendedoras de bijuterias, que v?o de porta em porta. "Procuramos uma mercadoria mais arrojada, bem
criativa. Claro que atingimos todos os p?blicos e temos tamb?m a linha
b?sica".
Em meados de julho, v?o abrir um show room. "Nosso produto ? estilizado, tem um pre?o legal e a marca ? boa. S? falta abrir. Com a montagem do show room, a propaganda boca-a-boca ser? essencial, no in?cio", comenta. O sonho de Silvana importar e montar uma distribuidora atacadista. Tudo pensando em baratear custos. "Isso, com certeza, ? uma proje??o para daqui h? dez anos", fala.
Na verdade, Silvana ? advogada e produtora de uma dupla sertaneja e come?ou no ramo das bijuterias por conta da irm?. "Ela revendia para lojas e parou. Juntamos com mais uma s?cia e pegamos um rumo diferente no mercado", revela.
Os oito anos de organiza??o administrativa de shows deixa Silvana tranq?ila para tocar o novo neg?cio. "J? passei por diferentes experi?ncias. No ramo de produ??o, alguns homens me viam e achavam que eu n?o daria conta do recado. O homem ainda ? muito machista. N?o s?o todos que est?o preparados para ver uma mulher a frente de uma empresa", opina.
Para Silvana, entrar para o mercado como empres?ria ? preciso persist?ncia e n?o abandonar seu objetivo. "Tendo profissionalismo, ningu?m segura. A vantagem ? que a mulher tem a capacidade de fazer mil coisas ao mesmo tempo".
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