Fernando Agra Fernando Agra 8/11/2011

Mais uma queda da Selic

Colaboraram com este artigo, Jéssica Renata Oliveira, Mariana Linhares M. Cerqueira e
Paulo Mousinho de Almeida, alunos do Curso de Economia das Faculdades Integradas Vianna Júnior.

IlustraçãoMais uma vez o Banco Central e sua equipe optaram por reduzir em 0,5 ponto percentual a Selic. O que pode ter levado essa Instituição a tomar tal atitude? Quais as principais consequências para a economia?

A taxa Selic é a taxa de juros básica utilizada como referência pela política monetária no Brasil. No início do ano, preocupado com a alta da inflação, o Governo Dilma aumentou essa taxa nas suas primeiras reuniões do Conselho de Política Monetária (Copom). Entretanto, segundo a visão da equipe do governo, que observou uma queda na inflação nos últimos meses, bem como um desaquecimento na economia (comprovado pela taxa de variação do PIB), além de temores dos impactos da crise europeia na economia brasileira, o Copom optou por reduzir a Selic nas últimas duas reuniões e, hoje, a mesma está em 11,5% ao ano.

Vários são os causadores dessa diminuição, dentre eles, o aumento da liquidez, em que o Banco Central, através do open-market (operações de mercado aberto) compra mais títulos do que vende ao mercado. Com isso, oferece mais moeda à economia. Outro motivo seria a diminuição da taxa de redesconto que também injeta dinheiro no mercado, expandindo a base monetária, e por último, a diminuição dos depósitos compulsórios, que fará com que os bancos diminuam o montante que devem enviar (obrigatoriamente para o Banco Central), com isso, o seu saldo em caixa aumenta. Assim sendo, a liquidez na economia aumenta e como a taxa de juros é o preço da moeda, com uma oferta de moedas maior, a tendência é da redução do seu preço, ou seja, da diminuição das taxas de juros. Isso possibilita um crédito mais barato para estimular o crescimento da economia.

Ao corroborar com o que fora dito inicialmente, segundo reportagem exibida pelo Jornal Nacional, os diretores do Banco Central explicaram que o motivo para a redução da taxa básica de juros para 11,5% ao ano foi que a crise internacional irá se agravar e que a desaceleração global refletir-se-á na atividade da nossa economia, o que ajudará a frear os preços (isso diminui a preocupação com a inflação).

Por outro lado, vale ressaltar que uma corrente da economia (sobretudo aquela puxada pelo setor financeiro, que ganha muito com juros altos), argumentou que era cedo demais para o afrouxamento da política monetária e que com a redução da Selic, a inflação pode ganhar fôlego.

E aí, que estará com a verdade? O futuro mostrará.

Para novembro deste ano, o Copom prevê uma nova queda de 0,5 ponto percentual na Selic, e para 2012 já se tem uma estimativa de que a taxa alcance 10,5% ao ano.

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Fernando Antônio Agra Santos é Economista pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor universitário das faculdades Vianna Júnior, Estácio de Sá, Universo e da Fundação Educacional Machado Sobrinho, todas a instituições em Juiz de Fora - MG. O autor ministra palestras, para empresas, na área de Educação Financeira.


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